top of page

Quando o mercado vai virar a chave

Fed deixa claro que ‘chegou a hora’ de cortar juros dos EUA, mas dúvidas sobre Selic permanecem


Fed deixa claro que ‘chegou a hora’ de cortar juros dos EUA, mas dúvidas sobre Selic permanecem
🧪 Dose diária:
🚨 O mercado inicia a última semana de agosto promovendo os ajustes finais antes da chegada de setembro.  
✂ Não restam mais dúvidas quanto ao corte na taxa de juros dos EUA no mês que vem. Com isso, cai por terra a possibilidade ventilada de alta da Selic em setembro. 
❓ Mas os investidores ainda não sabem o tamanho do corte do Fed nem por quanto tempo mais o juro básico brasileiro deve seguir em 10,50%
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta segunda-feira (26):


O mercado financeiro inicia a última semana de agosto promovendo, como esperado, os ajustes finais antes da chegada de setembro. Não restam mais dúvidas de que o Federal Reserve irá promover o primeiro corte na taxa de juros dos Estados Unidos em mais de quatro anos no mês que vem. 


As palavras de Jerome Powell na sexta-feira (23) deixaram claro que “chegou a hora”. Porém, ele não deu pistas sobre se a queda será à dose mínima, de 0,25 ponto, ou não. A segunda prévia do PIB dos EUA no trimestre passado, na quinta-feira (29), e o índice de preços preferido do Fed, o PCE, no dia seguinte, devem ajudar a calibrar essa dosagem.


Além disso, os investidores querem saber quantas quedas adicionais ainda cabem neste ano - se mais uma, duas ou nenhuma. Talvez só o gráfico de pontos (dot plot) seja capaz de responder a essas perguntas, contemplando as projeções de todos os membros (votantes ou não) do Comitê do Fed (Fomc).


Mercado define juros lá e aqui


Com isso, cai por terra a possibilidade ventilada no mercado doméstico de alta da taxa Selic em setembro. O que já parecia pouco factível perde a razão de acontecer, deixando para os agentes financeiros esse entendimento. Agora cabe a eles adaptar esse cenário aos preços dos ativos locais e às variáveis macroeconômicas.


A agenda econômica desta semana deve ajudar a calibrar essas expectativas. A prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15), amanhã, e dados sobre o mercado de trabalho formal (Caged) e sobre o desemprego (Pnad), na quinta e sexta-feira, ajudam a avaliar por quanto tempo mais o juro básico deve permanecer estável em 10,50%.


Nesse caso, o ajuste fica mesmo mais concentrado no dólar. Cada vez mais o câmbio na faixa de R$ 5,50 vai ficando fora de lugar. E quanto mais tempo permanecer próximo a essa marca, mais intensa será a correção. Na lógica do “carry trade”, o diferencial maior entre os juros nos EUA e o daqui beneficia o real, em meio à entrada de recursos externos.


Mercado vai virar a chavinha?


Falando nisso, os gringos continuam injetando capital na bolsa brasileira. Apesar da retirada no dado mais recente (21), o saldo dessa conta no mês continua positivo em R$ 7 bilhões. O fluxo em agosto vai na contramão do déficit de quase R$ 30 bilhões no acumulado do ano até a mesma data. 


Além disso, a posição comprada dos estrangeiros em dólar minguou para menos de 100 mil contratos em aberto, o equivalente a US$ 3,8 bilhões (aproximadamente R$ 20,9 bilhões). Já em índice futuro, a aposta na alta do Ibovespa soma praticamente a mesma quantia, valendo pouco mais de R$ 20 bilhões.


Ou seja, são os investidores locais - institucionais, principalmente - que ainda não “viraram a chavinha” e seguem com a estratégia rentista de ganhar com os juros altos da renda fixa. Para eles, prevalece a retórica de que o aquecimento do mercado de trabalho e o risco fiscal demandam uma puxão para cima da Selic - e não um juro estável por longo período.   


💊 Pílulas do Dia 

O Rei Macaco: Como o frenesi com jogo chinês Wukong agita indústria de games. Saiba mais.


👂 Podcast

Ouça a Bula do Mercado. Clique aqui


⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:

EUA/Futuros: Dow Jones +0,05%; S&P 500 +0,17% e Nasdaq +0,25%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) estável no pré-mercado; nos ADRs, Vale +1,34% e Petrobras +1,60%;

Europa: índice Stoxx 600 -0,05%; Frankfurt -0,25%; Paris +0,13% e Londres +0,48%;

Ásia/Fechamento: Tóquio -0,66%; Hong Kong +1,06% e Xangai +0,04%;

Câmbio: DXY -0,00% aos 100.71 pontos; euro -0,11%, a US$ 1,1182; libra -0,17%, a US$ 1,3195; dólar -0,27% ante o iene, a 143,98 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 3,784%, de 3,804% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,894%, de 3,920% na mesma comparação;

Commodities: ouro +0,56%, a US$ 2.560,80 a onça na Comex; petróleo WTI +1,19%, a US$ 75,72 o barril; Brent +1,16%, a US$ 79,94 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (janeiro/25) fechou +1,10% em Dalian (China), a 733,50 yuans a tonelada métrica (US$ 101,17) após ajustes.


Posts Destacados
bottom of page