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‘No banco com Madonna’ foi só o começo: o Perse vem aí!

Pandemia apagou as luzes do setor de entretenimento, mas holofotes voltam ao centro do palco



Salas de cinema vazias, peças de teatro fora de cartaz e shows cancelados. A pandemia apagou as luzes do setor de entretenimento. Mas a reformulação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) deve colocar os holofotes de volta ao centro do  palco, movimentando também as agências de viagens e lotando hotéis, bares e restaurantes. 


Sancionada pelo presidente Lula no mês passado, a lei estabelece um teto de R$ 15 bilhões em benefício fiscal ao setor até 2026. O valor deve aumentar a realização de eventos em todo o país, movimentando também mais de 30 tipos de atividades econômicas relacionadas, ligadas a cultura e esportes.


“Os setores, dentre eles o de eventos e turismo, permanecem com a isenção fiscal, impulsionando ainda mais suas atividades e movimentando a cadeia econômica ao seu redor”
Carlos Delgado, advogado do escritório Bento Muniz e especialista em direito tributário 

Segundo o governo federal, entre as empresas beneficiadas estão as que operam no ramo de hotelaria; serviços de alimentação para eventos e recepções (buffets); aluguel de equipamentos recreativos, esportivos, de palcos; produção teatral, musical e de espetáculos de dança; restaurantes e similares; bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas; cinemas; agências de viagem; além de atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental, parques de diversão e parques temáticos, entre outras.


Vale lembrar que o setor de serviços foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos três primeiros meses deste ano, puxado pelo comércio e outras atividades. Ao final de março, o turismo, por exemplo, já estava 2,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020).


No banco, na arena, na praia…


Com isso, a movimentação total de R$ 400 milhões que girou em torno do show gratuito da cantora pop Madonna, na praia de Copacabana no início de maio, pode ser apenas um aperitivo do cardápio que tem outros ingredientes para o prato principal e sabores variados desde a entrada até a sobremesa. 


Tudo vai depender da estratégia das empresas e das parcerias público-privada em realizar iniciativas acertadas, como foi o caso do Itaú.


Em uma postagem no LinkedIn, a especialista em Marketing, Fabi Soares, explica que a estratégia do então banco mais valioso da América Latina tinha como desafio materializar a narrativa base de campanha do centenário e fazer chegar a um grande número de pessoas de forma clara. 


Em outras palavras, o Itaú precisava materializar o famoso storytelling de que “mesmo com 100 anos de existência, a gente segue se reinventando e olhando para os próximos 100 anos”. Segundo a especialista, ninguém melhor do que uma das maiores cantoras do mundo, que comemora 40 anos de carreira em 2024, para entregar justamente este storytelling


Fabi Soares resume: “Trazer a Madonna ao Brasil, além de gerar buzz e atrair a atenção, materializa o branding e o novo posicionamento do Itaú. Não é à toa também que o show é o tour da carreira inteira da cantora”

Portanto, desfazem-se as críticas ao Itaú. Para alguns, aquele que se diz ser “feito de futuro” promoveu um marketing de nostalgia ao trazer uma artista “velha” - ou “das antigas” - e criando um imenso túnel do tempo. 


Porém, especialistas mostram que a “regra de ouro” do conceito popular para atrair multidões ainda está em voga - e é preciso muito mais do que um hit de sucesso para se manter nas paradas por, quem sabe, cem anos. É quando a experiência se sobressai, sem show off


Maturidade x puberdade


Daí porque muitos questionam se o Nubank já vale mesmo mais que o Itaú. A arte, abaixo, traz os números que formam o problema dessa equação:


Para a equipe de analistas da XP Investimentos, as ações do Itaú (ITUB4) são um investimento menos volátil. Afinal, só agora, dois anos e meio depois da abertura de capital, as ações do Nubank (ROXO34) voltam a ser negociadas a níveis próximos ao IPO. 


Além disso, a XP vê o “roxinho” com um maior apetite ao risco, o que deve levar a um aumento das provisões para devedores duvidosos (PDD) nos próximos trimestres. O Itaú, por sua vez, parece ter um pouco mais de previsibilidade de resultados ao longo dos próximos anos. 



Marcelo Carvalho, especialista de investimentos, resume, também em uma postagem na rede social. Para ele, há um “otimismo demais” com as expectativas em torno do Nubank em uma área cheia de concorrentes - muitos deles com vasta experiência. Segundo ele, nessas ondas que vão e vêm, “nadam de braçada” quem se apoia no know-how que têm.






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