Mercados têm rali de tudo, mas evitam all-in
Última sessão do mês deve ser marcada por retoques finais ao tom de azul
Dose diária: 🚨 A aposta cega de cortes nos juros dos Estados Unidos o quanto antes encontrou um obstáculo. Os investidores podem até colocar as fichas de que o Federal Reserve deve iniciar o ciclo de queda em 2024.
📈 Mas ninguém parece disposto em fazer um all-in. O PIB dos EUA no trimestre passado manteve o jogo em aberto. Hoje é a vez do índice de preços preferido do Fed, o PCE.
🥗 Assim, neste último pregão de novembro, os ativos de risco devem dar os retoques finais ao tom de azul que marcou o mês. Mas o cardápio do dia é variado e os mercados devem oscilar ao sabor dos eventos do dia.
A aposta cega de cortes nos juros dos Estados Unidos o quanto antes encontrou um obstáculo ontem (29), deixando os mercados sem direção única. Os investidores podem até colocar as fichas de que o Federal Reserve deve iniciar o ciclo de flexibilização monetária em 2024, mas ninguém parece disposto em fazer um all-in.
O crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no trimestre passado, divulgado na quarta-feira, manteve o jogo em aberto. Hoje (30) é a vez do índice de preços preferido do Fed. O chamado PCE irá calibrar as apostas quanto ao momento exato do início da queda. Seria em junho, maio ou já em março?
Por ora, a única certeza é de que os cortes terão início no primeiro semestre do ano que vem. Mas até mesmo essa expectativa pode ser colocada em xeque. O tom de cautela na fala de um dirigente do Fed no dia seguinte às mensagens encorajadoras de outros dois membros votantes trouxe de volta a chance de novo aperto nos juros dos EUA.
Assim, neste último pregão de novembro e na véspera da participação de Jerome Powell em um evento, os ativos de risco devem dar os retoques finais ao tom de azul que marcou o mês. Em dezembro, porém, começa a campanha de conscientização marcada pela cor laranja, que faz lembrar o sinal de alerta e serve de lembrete ao rali de tudo nos mercados.
Cardápio variado
A última sessão do mês também recebe dados de inflação na zona do euro e sobre a taxa de desemprego no Brasil, pela manhã. Na virada do dia, a China frustrou as expectativas de leve alta da indústria, em meio à demanda fraca, com as vendas ao exterior registrando a maior queda em quatro meses e a produção se expandindo no ritmo mais lento desde julho.
Com isso, o índice dos gerentes de compras (PMI) do setor oscilou em baixa, a 49,4 em novembro, de 49,5 em outubro, permanecendo em território contracionista. Em reação, o minério de ferro fechou estável em Dalian, mas a aproximação do vencimento do contrato futuro indica que a próxima referência, em maio, embute um ajuste negativo nos preços.
A ver se esses números irão influenciar o desempenho da Vale (VALE3). Mas o destaque do dia fica com a Petrobras. Isso porque a Assembleia-Geral Extraordinária (AGE) começa às 14h. Na reunião, será analisada a proposta de retomar as nomeações políticas, vedadas pela Lei das Estatais.
Ontem, as ações da petroleira caíram 1%, em meio ao temor da volta da ingerência política na estatal. O petróleo, por sua vez, avança nesta manhã, diante do possível novo corte na oferta que o cartel de países produtores e exportadores da Opep+ pode anunciar hoje. Em paralelo, seguem as negociações no Congresso para o avanço da pauta econômica.
💊 Pílulas do Dia
Sinal amarelo: Fundos imobiliários de lajes corporativas em SP apanham em 2023. Seria um novo normal?
E o Kiko?: PIB dos EUA supera expectativas e cresce 5,2% no trimestre passado, em base anual. E o que eu tenho a ver com isso?
Já era: Petrobras enterra de vez plano que previa privatização de oito de suas 13 refinarias. Confira a lista.
100 anos: Morre ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger. Foi tarde?
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h20:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,39%; S&P 500 +0,14% e Nasdaq +0,16%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,09% no pré-mercado; nos ADRs, da Petrobras +1,12% e os da Vale +0,67%;
Europa: Stoxx 600 +0,25%; Frankfurt +0,20%; Paris +0,12%; Londres +0,41%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +0,50%; Hong Kong +0,29%; Xangai +0,26%;
Câmbio: DXY +0,47%, 103.25 pontos; euro -0,52%, a US$ 1,0913; libra -0,44%, a US$ 1,2638; dólar +0,27% ante o iene, a 147,63 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,291%, de 4,265% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,647%, de 4,676% mesma comparação;
Commodities: ouro -0,45%, a US$ 2.057,70 a onça na Comex; petróleo WTI +1,28%, a US$ 78,86 o barril; Brent +1,18%, a US$ 83,85 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (janeiro/24) fechou estável em Dalian (China), a 956,50 yuans após ajustes (US$ 131,00). Já o vencimento para maio/24 fechou em -0,44%, a 905,50 yuans (US$ 124,00).