Mercados voltam à realidade
Mercados estão acostumados com liquidez artificial dos BCs, e não com a Nvidia
🧪 Dose diária:
📈 Os mercados voltam à realidade hoje, um dia após o rali artificial criado pela Nvidia. Em um dia, a fabricante de chips cresceu o equivalente a Petrobras, Vale e Itaú juntos.
🚨 Aliás, a mineradora rouba a cena hoje, depois de anunciar queda anual de 35% no lucro líquido no quarto trimestre de 2023. No acumulado do ano passado, o recuo foi de 50%.
💉 Mas entre a Inteligência Artificial e a Exuberância Irracional, os mercados preferem o termo criado pelo ex-todo-poderoso do Fed.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta sexta-feira (23):
Os mercados voltam à realidade nesta sexta-feira (23), um dia após o rali artificial criado pela Nvidia. A gigante do setor de tecnologia despontou entre as sete magníficas dos Estados Unidos, registrando o maior aumento de valor de mercado da história. Em um dia, a fabricante de chips cresceu o equivalente a uma Petrobras, Vale e Itaú juntos.
Aliás, a mineradora rouba a cena hoje, depois de anunciar queda anual de 35% no lucro líquido no quarto trimestre de 2023, a US$ 2,418 bilhões. No acumulado do ano passado, o recuo foi de pouco mais de 50%. Ainda assim, os ADRs da Vale têm reação tímida, com a recuperação do minério de ferro em Dalian embutindo um viés positivo nesta manhã.
Já os futuros dos índices das bolsas de Nova York amanheceram com perdas moderadas, ao passo que o petróleo recua.
É a agenda econômica esvaziada do dia e mais fraca ao longo desta semana que põe a temporada de balanços em primeiro plano. Até porque os indicadores e eventos recentes trouxeram poucas novidades ao cenário de juros nos EUA e no Brasil. Tanto que o dólar e as taxas de juros andaram no mundo paralelo à disparada das ações globais.
Artificial ou irracional?
Os investidores estão mais acostumados com a liquidez artificial criada pelos bancos centrais, em meio à injeção de recursos no sistema financeiro e à adoção de estímulos monetários, do que com disrupções tecnológicas que a inteligência das máquinas seja capaz de criar. Daí porque muitos não acreditam na quarta revolução industrial.
É mais fácil esperar pelo início dos cortes do Federal Reserve em algum momento neste ano - de preferência ainda neste semestre - do que por inovações que podem levar décadas. O efeito cascata dos juros mais baixos nos EUA seria maior, permitindo uma queda mais profunda da Selic.
Ou seja, entre a Inteligência Artificial e a Exuberância Irracional, os mercados ficam com o termo criado pelo ex-todo-poderoso do Fed, Alan Greenspan.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h35:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,01%; S&P 500 -0,04% e Nasdaq -0,18%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,03% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,52% e Petrobras sem negociação;
Europa: índice Stoxx 600 +0,11%; Frankfurt +0,00%; Paris +0,27% e Londres +0,05%;
Ásia/Fechamento: Hong Kong -0,10; Xangai 0,55%;
Câmbio: DXY +0,02%, 103.97 pontos; euro -0,02%, a US$ 1,0823; libra +0,05%, a US$ 1,2667; dólar +0,14% ante o iene, a 150,74 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,344%, de 4,326% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,737%, de 4,701% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,08%, a US$ 2.029,00 a onça na Comex; petróleo WTI -1,26%, a US$ 77,73 o barril; Brent -1,18%, a US$ 82,68 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em +1,00% em Dalian (China), a 904 yuans após ajustes (US$ 126,25).