Janeiro é o novo outubro
Mês em que índices de ações globais fecharam no vermelho dá sinais de retorno
Dose diária: 🚨 Os mercados iniciaram 2024 com uma sensação de déjà vu. A piora do apetite por risco neste começo de janeiro faz lembrar um outubro vermelho.
Isso ocorre porque o Federal Reserve pode se ver obrigado a promover agora o aperto que evitou meses atrás. Ou ao menos manter a taxa em nível elevado.
É por isso que o humor dos mercados piorou desde a virada do calendário. À espera da prova dos nove amanhã (11), os investidores se sentem enganados.
Os mercados iniciaram 2024 com uma sensação de déjà vu. A piora do apetite por risco neste começo de janeiro, após um rali garantir tudo azul em novembro e manter o brilho em dezembro, faz lembrar um outubro vermelho, quando os índices globais de ações amargaram fortes perdas.
Na ocasião, a aversão ao risco ocorreu devido à escalada nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) rumo às máximas em 16 anos. Da mesma forma, foi o derretimento dos yields no período seguinte que garantiu uma sequência de noves semanas seguidas de valorização em Wall Street e coleção de recordes pelo Ibovespa.
Trata-se de um cenário bem diferente do observado neste início de ano. Aliás, é isso que explica a indefinição desde a semana passada. Em dois pregões nesta semana, o principal índice acionário da bolsa brasileira acumula leves perdas. Em 2024, a queda já supera 2%. A falta de tendência dos índices futuros em Nova York e também do petróleo na manhã desta quarta-feira (10) indica mais um dia difícil para os ativos.
Tecla SAP
Acontece que, agora, o Federal Reserve pode se ver obrigado a promover o aperto que evitou meses atrás ou ao menos manter a taxa em nível elevado, justamente porque o juro projetado pelas Treasuries caiu demais - mas não tanto. Como resultado, ao baratear o custo do empréstimo nos EUA, o efeito colateral tende a ser maior pressão inflacionária.
É por isso que o humor dos mercados piorou desde a virada do calendário. Não é de hoje, porém, que se emitiu alertas quanto ao “trabalho sujo” dado pelo Fed. À espera da prova dos nove amanhã (11), quando saem dados de inflação que devem calibrar as apostas de cortes nos juros dos EUA, os investidores se sentem enganados - ou ao menos impacientes.
Afinal, ao passar a projetar um ritmo agressivo de alívio monetário, aceitou-se comprar títulos dos EUA com menos retornos, reduzindo o prêmio pago pela Casa Branca para se financiar. Contudo, a resistência do Fed em entregar um juro menor, evitando declarar vitória contra a alta dos preços, adia a previsão de início do ciclo de queda.
De quebra, também pode frustrar o sonho de uma taxa Selic de apenas um dígito. Ainda mais diante dos ruídos fiscais vindos de uma Brasília esvaziada, em meio à queda de braço entre governo e Congresso em torno da Medida Provisória (MP) que reonera a folha de pagamentos.
💊 Pílulas do Dia
Maçã sem amor: Apple enfrenta início de ano amargo, com piora nas recomendações e queda nas ações. Leia mais.
A Bula do Mercado, em parceria com o Investing.com Brasil, oferece desconto adicional de 10% para o InvestingPro - a ferramenta de análise fundamentalista para você investir no #mercadofinanceiro de forma simples e profissional.
💰 Garanta até 50% de desconto com o cupom ProBula1Ano para o plano Pro+ anual ou ProBula2Anoss24 para o plano Pro+ de dois anos. A promoção de Ano Novo vai até 31 de janeiro. Saiba mais aqui!
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h40:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,05%; S&P 500 +0,08% e Nasdaq +0,28%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,32% no pré-mercado; nos ADRs, Vale -0,20% e Petrobras +1,13%;
Europa: índice Stoxx 600 -0,04%; Frankfurt +0,21%; Paris +0,10% e Londres -0,22%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +2,01%; Hong Kong -0,57%; Xangai -0,54%;
Câmbio: DXY -0,18%, 102.39 pontos; euro +0,17%, a US$ 1,0952; libra +0,10%, a US$ 1,2724; dólar +0,27% ante o iene, a 144,87 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 3,989%, de 4,015% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,346%, de 4,367% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,43%, a US$ 2.041,70 a onça na Comex; petróleo WTI -0,10%, a US$ 72,17 o barril; Brent -0,19%, a US$ 77,43 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em -1,56% em Dalian (China), a 976,50 yuans após ajustes (US$ 138,38).