Mercados erram de novo
Balança comercial chinesa supera previsão e serve de alerta às apostas de juros
Dose diária: 🚨 Economistas erram muito. Quem admitiu isso foi o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Mas essa falha não se trata de uma genuinidade nacional.
🐲Os economistas erraram, e muito, nas projeções para a balança comercial chinesa em novembro, que acabou surpreendendo. Os dados chineses servem de alerta aos mercados quanto às apostas de queda nos juros dos Estados Unidos e do Brasil.
🙄Por mais que os investidores estejam convictos de que essa possibilidade se aproxima, a realidade pode ser mais dura.
Economistas erram muito. Quem admitiu isso foi o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao comentar a surpresa positiva com o crescimento da economia brasileira no trimestre passado, contrariando a previsão de queda. Mas essa falha não se trata de uma genuinidade nacional.
Os economistas erraram, e muito, nas projeções para a balança comercial chinesa em novembro, que acabou surpreendendo. Enquanto as exportações inesperadamente subiram pela primeira vez desde abril, em 0,5% em base anual, ante estimativa de queda de 1,1%; as importações recuaram 0,6%, na contramão da previsão de alta de 3,3%.
Com isso, o saldo positivo da balança comercial da China cresceu mais que o esperado no mês passado, indo a US$ 68,39 bilhões. A expectativa era de queda a US$ 47 bilhões. Mas o que os números não mostram é que os exportadores chineses tiveram de baixar os preços para atrair compradores, enquanto a demanda doméstica segue fraca.
Expectativa vs. realidade
Os dados chineses servem de alerta aos mercados quanto às apostas de queda nos juros dos Estados Unidos e aceleração no ritmo de cortes da taxa Selic em breve. Por mais que os investidores estejam convictos de que essa possibilidade se aproxima, a realidade pode ser mais dura.
Ontem, a criação de menos vagas que o esperado no setor privado norte-americano em novembro reforçou as chances de corte antecipado pelo Federal Reserve. Mas o enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA também significa que a maior das economias deve fraquejar o suficiente para a inflação, enfim, esmorecer.
Assim, com as duas maiores economias do mundo perdendo tração, quem reagiu com força na véspera foi o petróleo. O tombo do barril levou os preços ao menor nível desde o fim de junho, em um sinal de demanda mais fraca à frente, mesmo após a redução adicional na oferta por parte do cartel da Opep+.
Já nesta quinta-feira (7), o minério de ferro fechou em alta firme na bolsa de futuros em Dalian (China), reagindo ao aumento das compras chinesas pela commodity (+3,94%). A ver, então, se esse desempenho será capaz de animar as ações da Vale (VALE3) hoje e, de quebra, o Ibovespa. Por ora, os futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água.
Ontem, a bolsa brasileira caiu 1%, justamente em meio a preocupações com EUA e China. Em três pregões nesta semana, o principal índice acionário do mercado local acumula queda de 2%. Apenas em dezembro, as perdas somam quase 1,5%, dando sinais de que o brilho das ações globais após um novembro azul está perdendo força neste mês.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h40:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,22%; S&P 500 -0,04% e Nasdaq +0,15%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) sem negociação no pré-mercado; nos ADRs, os da Vale tinham +0,88% e os da Petrobras, +0,14%;
Europa: Stoxx 600 -0,18%; Frankfurt -0,13%; Paris -0,10%; Londres -0,18%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -1,76%; Hong Kong -0,71%; Xangai -0,09%;
Câmbio: DXY -0,26%, 103.87 pontos; euro +0,04%, a US$ 1,0769; libra +0,12%, a US$ 1,2574; dólar -1,62% ante o iene, a 144,92 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,147%, de 4,109% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,607%, de 4,599% mesma comparação;
Commodities: ouro +0,12%, a US$ 2.050,40 a onça na Comex; petróleo WTI +1,15%, a US$ 70,20 o barril; Brent +0,97%, a US$ 75,02 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido passou a ser o de maio/24 e fechou em +1,27% em Dalian (China), a 940 yuans após ajustes (US$ 131,28).