Mercados desafiam a lógica
Dados nos EUA testam onda de alívio nos mercados, que põem à prova racional dos ativos
🧪 Dose diária:
🚨 Os mercados evitam ajustar os preços dos ativos depois do susto com a inflação ao consumidor nos EUA e tem na agenda econômica do dia um novo teste.
💰 Mas o problema na bolsa brasileira tem sido a saída de recursos estrangeiros. A questão é entender a razão da retirada maciça de capital externo do risco doméstico.
🐲 A longa pausa na China para comemorar o Ano Novo Lunar também não deve ser vista apenas como um fator de risco a menos, pois na mitologia chinesa o dragão pode ser bonzinho…
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta quinta-feira (15):
Os mercados evitam ajustar os preços dos ativos depois do susto com a inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) e tem na agenda econômica desta quinta-feira (15) um novo teste. Dados sobre as vendas no varejo (10h30) e a indústria norte-americana (11h15) calibram as apostas sobre quando o Federal Reserve começa a cortar os juros.
Ontem (14), o Ibovespa se beneficiou do dia de alívio em Nova York, com a alta dos índices das bolsas por lá reduzindo o ajuste negativo por aqui. Mas o problema na bolsa brasileira tem sido a saída de recursos estrangeiros. Os gringos já venderam R$ 12 bilhões em ações locais neste começo de ano, o que representa cerca de 25% do total alocado em 2023.
A questão é entender a razão da retirada maciça de capital externo do risco doméstico. Esse movimento é motivado justamente pela frustração com a expectativa de queda mais rápida dos juros nos EUA. Com os rendimentos das Treasuries ainda atrativos, os estrangeiros se sentem menos dispostos a arriscar mais.
Parece estranho, mas faz sentido
E o mesmo racional vale para a renda fixa brasileira. Isso porque menos cortes nos juros dos EUA reforçam a perspectiva de taxa Selic mais elevada por aqui. Ou seja, se os investidores locais não veem incentivo para migrar para a renda variável, por que os não-residentes deveriam se sentir estimulados?
Portanto, são fatores externos - e não internos - que penalizam o Ibovespa, adiando o rali de 2024 rumo aos 140 mil pontos. Ao mesmo tempo, esses mesmos fatores acrescentam prêmios na curva de juros futuros e mantêm o dólar colado à faixa de R$ 5,00. Afinal, dentre as economias emergentes, o Brasil desponta como um das mais atraentes.
Basta olhar para o lado, na Argentina, ou mais distante, para a China. Aliás, os chineses comemoram a chegada do dragão de madeira em meio aos desafios econômicos à altura da figura mitológica. Essa longa pausa do outro lado do mundo não deve ser vista apenas como um fator de risco a menos, pois na mitologia chinesa o dragão pode ser bonzinho…
💊 Pílulas do Dia
Dragão Chinês: A China celebra a chegada do Ano do Dragão de Madeira com desafios na economia à altura do animal mitológico. Saiba mais.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h20:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,21%; S&P 500 +0,17% e Nasdaq +0,10%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,80% no pré-mercado; nos ADRs, Vale -0,26% e Petrobras sem negociação;
Europa: índice Stoxx 600 +0,58%; Frankfurt +0,71%; Paris +0,90% e Londres +0,09%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +1,21%; Hong Kong +0,41%;
Câmbio: DXY -0,10%, 104.62 pontos; euro +0,06%, a US$ 1,0735; libra -0,08%, a US$ 1,2556; dólar -0,37% ante o iene, a 150,03 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,222%, de 4,253% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,557%, de 4,586% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,17%, a US$ 2.007,70 a onça na Comex; petróleo WTI -0,64%, a US$ 71,15 o barril; Brent -0,72%, a US$ 81,02 o barril.