Mercados no Brasil à mercê do exterior
Ruídos políticos incomodam, mas mercados locais estão reféns do cenário de juros
🧪 Dose diária:
🚨 A semana começou de forma emblemática nos mercados. Enquanto o S&P 500 renovava o recorde de alta, o Ibovespa atingia o menor nível desde meados de dezembro. Já o dólar deu um salto e encostou de vez na marca de R$ 5,00.
❓ Há quem diga que o motivo para esse descolamento foi o bilionário plano do governo para a política industrial, o que elevou as incertezas fiscais. Mas o principal fator que move os mercados é a expectativa de juros mais baixos no mundo neste ano.
✂ O problema é que a recente piora nas taxas das Treasuries começa a contaminar os ativos emergentes. Os investidores ajustam o portfólio à medida que a narrativa de juros mais baixos no mundo está ficando ultrapassada.
A semana começou de forma emblemática nos mercados. Enquanto o S&P 500 renovava o recorde de alta, impulsionado pelas ações de tecnologia, o Ibovespa descia mais um degrau, atingindo o menor nível desde meados de dezembro. Já o dólar deu um salto e encostou de vez na marca de R$ 5,00.
Há quem diga que o motivo foi o bilionário plano do governo para a política industrial, o que elevou as incertezas com a questão fiscal. Mas como dito ontem, o cenário não mudou e o pano de fundo continua o mesmo. O principal fator que move os mercados é a expectativa de juros mais baixos no mundo neste ano, com a taxa Selic a reboque desse movimento.
O problema é que a recente piora nas taxas das Treasuries e também dos bônus europeus começa a contaminar os ativos emergentes. Os investidores - estrangeiros, principalmente - ajustam o portfólio à perspectiva de que, talvez, o Federal Reserve não inicie o ciclo de cortes tão cedo nem adote um ritmo tão acelerado na queda.
Tecla SAP
Esse ajuste no rendimento (yields) dos títulos soberanos favorece as big techs. Vale lembrar que foram exatamente esses papéis que lideraram os ganhos durante a crise da covid-19 em meio à tese de investimento de crescimento (growth) e, depois, foram os mais afetados à medida que a pandemia ficava para trás.
Ou seja, por mais que se tente emplacar que os ruídos políticos estão descolando os negócios locais do rali no exterior, o fato é que o Brasil está refém do ambiente externo. E isso significa que os mercados domésticos estão sentindo de forma mais negativa a piora das condições globais, à medida que os juros aqui caem, mas lá fora não.
Afinal, o Comitê de Política Monetária (Copom) já contratou a manutenção dos cortes na taxa básica para as duas próximas reuniões, sendo a primeira já na semana que vem e a outra, em março. É aí que o fator fiscal entra na equação, somada à previsão de desaceleração do crescimento econômico no mundo.
Portanto, a grande questão é: o que está prestes a mudar - os fundamentos da economia ou as expectativas do mercado e os níveis de preços? Afinal, as apostas de juros mais baixos no mundo continuam elevadas, mas a narrativa dos investidores está ficando ultrapassada há algum tempo.
💊 Pílulas do Dia
Cabo de guerra: Sucessão na Vale expõe cabo de guerra entre governo e mineradora. Entenda.
Desenvolvimento global: Conheça a iniciativa da China para o desenvolvimento global.
A Bula do Mercado, em parceria com o Investing.com Brasil, oferece desconto adicional de 10% para o InvestingPro - a ferramenta de análise fundamentalista para você investir no #mercadofinanceiro de forma simples e profissional.
Garanta até 50% de desconto com o cupom ProBula1Ano para o plano Pro+ anual ou ProBula2Anoss24 para o plano Pro+ de dois anos. A promoção de Ano Novo vai até 31 de janeiro. Saiba mais aqui!
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,06%; S&P 500 -0,02% e Nasdaq -0,07%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,15% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +1,25% e Petrobras +0,00%;
Europa: índice Stoxx 600 -0,29%; Frankfurt -0,17%; Paris -0,20% e Londres -0,16%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,08%; Hong Kong +2,63%; Xangai +0,53%;
Câmbio: DXY -0,05%, 103.28 pontos; euro -0,06%, a US$ 1,0879; libra +0,07%, a US$ 1,2720; dólar -0,14% ante o iene, a 147,90 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,125%, de 4,106% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,415%, de 4,381% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,29%, a US$ 2.028,10 a onça na Comex; petróleo WTI -0,64%, a US$ 74,28 o barril; Brent -0,69%, a US$ 79,51 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em +1,05% em Dalian (China), a 962 yuans após ajustes (US$ 134,36).