Mercados andam de lado à espera de Fed e Copom
Mercados devem manter cautela pré-Super Quarta, de olho na alta do petróleo
O Ibovespa e o dólar não surpreenderam ninguém ontem (18), com os mercados globais andando de lado enquanto aguardam a “Super Quarta”. Nesta terça-feira (19) de início das reuniões do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom), o comportamento dos ativos de risco não será muito diferente, em meio à agenda fraca do dia.
Os investidores aguardam pistas sobre os próximos passos na condução dos juros nos Estados Unidos e da taxa Selic. Porém, dificilmente Fed e Copom devem deixar rastros. A expectativa, como já dito aqui, é de que a porta fique aberta para qualquer novo movimento, mas sem a certeza de que de fato haverá alguma mudança em curso.
Ou seja, o mais provável é de que fique sem resposta a dúvida sobre se haverá um último aperto pelo Fed ainda neste ano, após a pausa neste mês, e se haverá uma aceleração do ritmo de corte no juro básico até dezembro, depois da nova queda de 0,50 ponto percentual (pp) agora. Em ambos os casos, a escalada do petróleo deve refrear o ímpeto.
Petróleo chamam atenção
Aliás, o preço do barril avança firme hoje, resgatando as previsões de que deve chegar a US$ 100 em breve, à medida que a commodity renova as máximas de 2023. No entanto, ainda que o que sobe agora não cairá em 2024, não há motivos para se assustar. Afinal, em algum momento o cartel de países exportadores (Opep+) irá retomar o ritmo de produção.
A mesma explicação pode ser dada para o preço mais elevado do minério de ferro. Quando se olha o baixo nível de estoque do metal básico, fica mais claro o movimento. Até porque a China apenas afastou o temor de desaceleração acentuada, mas a economia por lá segue frágil. Da mesma forma, ainda que os EUA não entrem em recessão, haverá um pouso suave da atividade.
Assim, de um lado, a alta das commodities favorece ações cíclicas, como Petrobras e Vale, impulsionando a bolsa brasileira e ao redor do mundo. De outro, a preocupação com a alta da inflação pressiona o mercado de juros futuros, respingando no dólar e encurtando o fôlego do Ibovespa. Nessa equação, a variável em xeque é a do crescimento econômico.
Daí então porque os mercados devem ficar na linha d’água hoje, ainda que um ligeiro viés positivo prevaleça nesta manhã. No entanto, é improvável que ocorra alguma mudança drástica até o meio da tarde da quarta-feira (20). A ver, então, se Fed e Copom irão se mover.
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Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,13%; S&P 500 +0,14% e Nasdaq +0,15%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,50% no pré-mercado; ADRs da Vale +0,14%; ADRs da Petrobras +0,71%;
Europa: Stoxx 600 +0,21%; Frankfurt +0,03%; Paris +0,35%; Londres +0,23%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,87%; Hong Kong +0,37%; Xangai -0,03%; feriado no Japão
Câmbio: DXY -0,12%, 105.07 pontos; euro +0,03%, a US$ 1,0695; libra +0,04%, a US$ 1,2390; dólar +0,07% ante o iene, a 147,71 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,317%, de 4,309% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,058%, de 5,041% mesma comparação;
Commodities: ouro +0,15%, a US$ 1.956,30 a onça na Comex; petróleo WTI +0,92%, a US$ 91,41 o barril; Brent +0,60%, a US$ 95,02 o barril; minério de ferro (janeiro/24) fechou em +0,11% em Dalian (China), a 869,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes (~US$ 119).