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Mercado vai passar agosto se ajustando a setembro

Investidores correm contra o tempo e se preparam para corte nos juros dos EUA, o quanto antes

Investidores correm contra o tempo e se preparam para corte nos juros dos EUA, o quanto antes

🧪 Dose diária:
🚨 Bastou o Fed dizer que corte na taxa de juros dos EUA estará na mesa em setembro, que o mercado financeiro enlouqueceu. 
🔥 A forte onda vendedora global vista na semana passada tem continuidade nesta hoje. Tudo começou do outro lado do mundo, onde a Bolsa de Tóquio desabou 12%.  
💸 O sell-off passa pela Europa e chega até Nova York, onde o futuro do Nasdaq mergulha no território de correção. Mas alguém aí já parou para olhar as Treasuries? 
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta segunda-feira (05):

Bastou o Federal Reserve dizer, na última quarta-feira (31), que cortes na taxa de juros dos Estados Unidos estarão na mesa em setembro, que o mercado financeiro enlouqueceu. A forte onda vendedora global vista na semana passada tem continuidade nesta segunda-feira (5).


Tudo começou do outro lado do mundo. A Bolsa de Tóquio desabou 12%, na segunda pior queda diária na história do mercado acionário japonês - a primeira ainda é o tombo de 14,9% da chamada “Black Monday”. A queda mais recente ocorreu em meio à forte valorização do iene, que “pulou” da faixa de 160 por dólar e já vale cerca de 140.  


O sell-off passa pela Europa, onde os principais índices de ações têm perdas de mais de 2%, e chega até Nova York. O destaque fica com o recuo de 4,5% do futuro do Nasdaq, que mergulha dentro do território de correção diante da decepção com os balanços das big techs e as incertezas em torno da corrida pela Inteligência Artificial (IA).


A narrativa que ganha força, desta vez, é o medo de recessão da economia dos Estados Unidos. As preocupações sobre uma forte desaceleração da atividade norte-americana se intensificaram, com os investidores apostando que o Federal Reserve precisará cortar a taxa de juros rapidamente para estimular o crescimento.


Precisa desenhar?


Mas não teria sido o contrário? Ou seja, o Fed demorou demais para agir e, agora, os mercados globais estão convencidos de que será preciso reduzir os juros antes mesmo de setembro - e depois mais vezes - para a autoridade monetária não ficar “atrás da curva”. 


Talvez seja apenas um wishful thinking para que os investidores não fiquem para trás. Como se sabe, tempo é dinheiro e esperar até setembro pode resultar em perdas inesperadas. Isso porque o espaço para ajuste é curto e precisa ser rápido. 


Assim, os ativos que estavam com valuations em “níveis estúpidos” têm uma correção mais forte. Basta lembrar que as ações do setor tecnologia saíram vencedoras durante o aperto monetário mais rápido e intenso nos EUA, entre 2022 e 2023. Já o iene foi a moeda que mais sofreu, diante do descompasso entre as políticas do BoJ e do Fed. 


Aliás, alguém aí já parou para olhar as Treasuries? O juro projetado pelo título dos Estados Unidos de 10 anos (T-note) iniciou a semana passada - portanto, antes do Fed - levemente abaixo de 4,200%. Nesta segunda-feira (5), a taxa referencial amanhece abaixo de 3,750%. Da mesma forma, o papel de 2 anos (T-bill)  saiu de 4,38% para 3,78%, no período. 


É essa queda de quase meio ponto percentual, cada, em menos de três dias que explica o movimento abrupto dos ativos de risco desde então. Ou seja, é o ajuste dos investidores no mercado de bônus ao início do ciclo de cortes pelo Fed já no mês que vem - e com quedas adicionais depois - que provoca um efeito em cadeia nos mercados globais


E depois…


Isto posto, uma vez ajustada as expectativas em relação ao Fed, o jogo muda. Em um segundo momento, é o dólar que deve ficar mais fraco e o apetite por ativos de risco, maior. Afinal, na teoria, o cenário de juros mais baixos nos EUA é bom para os ativos emergentes


Mas, por ora, prevalece a tese de que sempre dá para piorar um pouco mais, antes de melhorar. Nessa ideia de que “o barato de hoje pode ser o caro de amanhã”, o Ibovespa ainda sofre com o mantra de um Banco Central leniente com a inflação


Daí porque a ata do Copom, amanhã, e o IPCA de julho, na sexta (9), podem provocar alterações no mercado doméstico - ainda mais agora que o Fed colocou corte dos juros na mesa e a agenda econômica por lá é vazia nesta semana. 


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👂 Podcast

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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h35:

EUA/Futuros: Dow Jones -1,57%; S&P 500 -2,59% e Nasdaq -4,13%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -3,24 no pré-mercado; nos ADRs, Vale -1,70% e Petrobras -3,09%;

Europa: índice Stoxx 600 -2,29%; Frankfurt -2,19%; Paris -1,86% e Londres -2,08%;

Ásia/Fechamento: Tóquio -12,40%; Hong Kong -1,46% e Xangai -1,54%;

Câmbio: DXY -1,15% aos 103.22 pontos; euro +0,33%, a US$ 1,0950; libra -0,26%, a US$ 1,2771; dólar -3,08% ante o iene, a 142,04 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 3,749%, de 3,793% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,785%, de 3,890% na mesma comparação;

Commodities: ouro -0,24%, a US$ 2.463,40 a onça na Comex; petróleo WTI -1,78%, a US$ 72,29 o barril; Brent -1,61%, a US$ 75,54 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (janeiro/25) fechou +1,64% em Dalian (China), a 774 yuans a tonelada métrica (US$ 106,76) após ajustes.


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