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O mercado está fazendo a coisa errada

  • Foto do escritor: Olívia Bulla
    Olívia Bulla
  • 8 de abr.
  • 3 min de leitura
Mercado ensaia recuperação, dando a sensação de que a angústia tarifária diminuiu
Mercado ensaia recuperação, dando a sensação de que a angústia tarifária diminuiu

O mercado financeiro tenta engatar nesta terça-feira (8) a primeira recuperação firme desde o anúncio das “tarifas recíprocas” por Donald Trump. As ações estavam em queda livre na quinta e sexta-feira da semana passada, dando continuidade ao movimento ontem. Aqui, o Ibovespa devolveu o ganho do último mês e voltou aos níveis de meados de março. 


Nesta manhã, porém, os futuros dos índices das bolsas de Nova York sobem entre 1,5% e 2%, dando a sensação de que a angústia tarifária diminuiu. Se fosse assim, os mercados (e governos) chegariam à fria conclusão de que é tudo apenas uma manobra de negociação por parte de Trump e sua equipe. 


Mas o fato é que as tarifas estão realmente acontecendo e a mensagem clara vinda de Washington é que o “Dia da Libertação” não foi nada libertador. Ao contrário, marcou o fim do livre comércio global - alguns diriam que até mesmo a globalização falhou enquanto modelo econômico e que seu tempo acabou. 


Mas a impressão que realmente fica é que o mercado está fazendo a coisa errada. Afinal, a guerra comercial não é simplesmente um atrito econômico, mas uma disputa de poder sem armas. Por isso, como já dito aqui, não dá para querer fugir do risco e buscar refúgio em ativos seguros (norte-americanos) como o dólar e as Treasuries.


Foi exatamente o que aconteceu na véspera. No câmbio doméstico, a moeda dos Estados Unidos praticamente recuperou as perdas da reta final do mês passado e fechou a R$ 5,91. Se continuar assim, os investidores não devem demorar muito para em breve voltar a testar a faixa de R$ 6,00 - desta vez, sem o tal do risco fiscal. 


Guerra contra a China


Trump vai deixando claro que a guerra é contra a China
Trump vai deixando claro que a guerra é contra a China

A “desvalorização artificial” de várias moedas - em especial o renminbi (ou yuan chinês) - em relação ao dólar dos EUA é uma das principais queixas do governo Trump. Daí porque a pressão para que alguns países (leia-se a China) valorizem suas moedas para simplesmente agradar a Casa Branca.


Talvez, por isso, Trump entrou em frenesi e ameaçou impor uma tarifa adicional de 50% sobre a China, o que elevaria a taxação contra produtos chineses que entram nos EUA para mais de 100%. Pequim, por sua vez, alertou que quando chegar a hora de retaliar, o fará sem hesitação e persistirá até o fim. O alvo chinês é onde sempre houve apoio e cooperação por parte da China com os EUA - ou onde os EUA têm interesses significativos sobre a China.


Com isso, é mais fácil esperar por medidas dos bancos centrais - incluindo o BC chinês (PBoC) - em relação às taxas de juros do que em suas respectivas moedas, de modo a estimular o consumo interno. Os dados de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) na China em março, amanhã à noite, podem disparar o gatilho para cortar a taxa de recompra reversa, em meio à pressão deflacionária nos preços.


Já na agenda do dia, poucos destaques, o que tende a deixar o caminho livre para uma melhora robusta dos ativos de risco. Ao menos por hoje.  Ou até ao meio-dia, que é quando termina o prazo dado por Trump para que a China desista de retaliar as sobretaxas dos EUA ou enfrente mais tarifas.


Seja como for, Trump vai deixando claro que a guerra comercial é contra a China, apesar de ele atirar para todos os lado. Só que, se for por isso que os mercados ensaiam uma recuperação hoje, essa correção tem prazo de vencimento próximo.



  

             


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