Mercado tenta evitar risco de contágio
A quarta-feira segue sem divulgações relevantes na agenda e sem novidades no front econômico, abrindo espaço para momentos de maior volatilidade no mercado financeiro. Os investidores mostram-se mais sensíveis ao noticiário vindo do Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos, e sobre o surto de um vírus respiratório na China.
Apesar disso, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, após uma sessão de ganhos na Ásia, recuperando parte das perdas no dia anterior, em meio aos esforços do governo chinês de combater a doença. As praças europeias também caminham para uma abertura no positivo. Já os ativos mais seguros se retraem, enquanto o dólar segue firme, o que mantém o petróleo no vermelho.
Os investidores tentam evitar maiores preocupações com o coronavírus, mas seguem monitorando os possíveis impactos econômicos da epidemia na China, durante as festividades do Ano Novo Lunar. Às vésperas da chegada do Ano do Rato, no sábado, é inevitável que muitas pessoas cancelem as viagens programadas, afetando o consumo.
Os chineses costumam gastar de forma generosa durante as comemorações do chamado Festival da Primavera. Mas neste ano os gastos em hotéis e restaurantes, com passagens (aéreas e de trem), as compras em shoppings e as idas aos cinemas devem ser bem mais moderados. Do contrário, a doença pode se propagar mais rapidamente pelo país.
A transmissão entre humanos do coronavírus, que causa uma tipo de pneumonia fatal, trouxe à memória da China o surto de SARS, que matou centenas de pessoas no país no início dos anos 2000, abalando os mercados da região na época. Com isso, a imagem que se desenha para a economia chinesa neste trimestre não é nada saudável.
Também há um temor de contágio para outros países, não apenas da Ásia. Após a divulgação de pacientes infectados no Japão, na Coreia do Sul, na Tailândia e também em Taiwan, a confirmação do primeiro caso de coronavírus nos EUA acendeu o sinal de alerta no mercado financeiro, com a economia global podendo enfrentar algum risco negativo logo no início de 2020.
Agenda segue fraca
A agenda econômica do dia continua fraca. No Brasil, saem dados prévios deste mês sobre a confiança da indústria em janeiro (8h) e sobre a entrada e saída de dólares do país (14h30). Até o último dia 10, o fluxo cambial estava positivo em pouco mais de US$ 1 bilhão, diante dos aportes pela conta financeira.
Já no exterior, o calendário norte-americano traz dados sobre a atividade na região de Chicago (10h30) e sobre o setor imobiliário nos EUA (12h), ambos referentes ao mês de dezembro. Entre os eventos de relevo, prosseguem os debates em Davos, em meio às tentativas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de “vender Brasil”.