Nem juro zero, nem dividendo extra
Mercado aguarda IPCA e CPI para calibrar Fed e Copom, enquanto castiga Petrobras
🧪 Dose diária:
🚨 Os mercados ainda estão acostumados com a era do dinheiro fácil. Depois de um longo período de juros zeros, os investidores buscam fontes de recursos adicionais.
⛽ A punição das ações da Petrobras é um exemplo claro disso. Agora, a bola volta para o campo dos bancos centrais.
🤞 Dados de inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos em fevereiro estão em destaque hoje e devem calibrar as apostas em relação ao Fed e ao Copom.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta terça-feira (12):
Os mercados ainda estão acostumados com a era do dinheiro fácil. Depois de um longo período de juros zeros (ou até negativos), os investidores buscam fontes de recursos adicionais e sem risco. A punição das ações da Petrobras, que continuou ontem, é um exemplo claro disso. Agora, a bola volta para o campo dos bancos centrais.
Dados de inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos em fevereiro estão em destaque nesta terça-feira (12) e devem calibrar as apostas em relação aos próximos passos do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom). Ambos se reúnem na semana que vem para decidir sobre a taxa de juros.
São, portanto, os últimos dois grandes indicadores antes da próxima Super Quarta. Enquanto o IPCA pode alterar a mensagem sobre o rumo da taxa Selic, o CPI ajuda a determinar quando começam os cortes nos Fed Funds. Por ora, as expectativas seguem firmes em juro básico de um dígito por aqui e alívio monetário por lá a partir de junho.
À espera dos números efetivos, os ativos de risco no exterior não exibem uma direção única - movimento que vem desde a Ásia e se repete em Nova York, mas não na Europa. O petróleo avança, mas a nova queda nos preços do minério de ferro negociado em Dalian deve pesar nas ações da Vale hoje, que ontem juntou-se à Petrobras no campo negativo.
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Os ruídos políticos em torno da sucessão na mineradora e da decisão da petrolífera de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas para ajudar nas contas públicas arrastaram o Ibovespa para baixo. No mês, o principal índice acionário da bolsa brasileira acumula perdas de mais de 2% e, no ano, recua 6%. O dólar, por sua vez, segue estável.
Esse ambiente local de maior aversão ao risco reflete o temor dos investidores de populismo fiscal somado à intervenção do governo nas empresas, em meio à queda na popularidade do presidente Lula. Com isso, a promessa de déficit zero e de queda dos juros se esvazia, diminuindo as opções de investimento e o apetite por risco.
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h35:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,04%; S&P 500 +0,24% e Nasdaq +0,46%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) estável no pré-mercado; nos ADRs, Vale +2,21% e Petrobras +1,37%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,33%; Frankfurt +0,33%; Paris +0,07% e Londres +1,04%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,06%; Hong Kong +3,05%; Xangai -0,41%;
Câmbio: DXY estável, aos 102.87 pontos; euro +0,05%, a US$ 1,0932; libra -0,14%, a US$ 1,2795; dólar +0,33% ante o iene, a 147,43 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,092%, de 4,102% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,542%, de 4,561% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,29%, a US$ 2.182,30 a onça na Comex; petróleo WTI +0,59%, a US$ 78,38 o barril; Brent +0,63%, a US$ 82,73 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em -2,59% em Dalian (China), a 828,50 yuans após ajustes (US$ 115,71).