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Mercado entre a aparência e a essência

Receio do mercado de “fogo amigo” no governo soma-se à inércia do Fed


homem de terno e gravata olhando de frente para um espelho que reflete a imagem de um palhaço maluco com simbolos do mercado financeiro ao fundo
Receio do mercado de “fogo amigo” no governo soma-se à inércia do Fed

🧪 Dose diária:
🚨 O maior receio do mercado com o governo confirmou-se ontem: o Lula 3 está virando Dilma 2. 
💸 Foi o “fogo amigo” que derrubou o Ibovespa abaixo dos 120 mil pontos e içou o dólar para além de R$ 5,40. 
❓ A dúvida é se é isso mesmo. Ao que parece, os ruídos vindos de Brasília só fizeram barulho porque o mercado financeiro está  decepcionado com o Fed. 
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta quinta-feira (13):

Como se já não bastasse o Federal Reserve sinalizando um único corte de 0,25 ponto na taxa de juros dos Estados Unidos neste ano, o maior receio do mercado doméstico com o governo confirmou-se ontem: o Lula 3 está virando Dilma 2. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) é alvo de ataques dentro do Planalto, o que coloca em xeque a política fiscal.   


Foi esse “fogo amigo” que derrubou o Ibovespa abaixo dos 120 mil pontos, renovando novamente o menor nível do ano, ao passo que o dólar cravou nova máxima desde janeiro de 2023, indo além de R$ 5,40. Essa reação dos ativos locais no dia de decisão do Fed reflete a percepção dos investidores com a piora da cena política.


A dúvida é se é isso mesmo. Ao que parece, os ruídos vindos de Brasília só fizeram barulho porque os mercados globais estão decepcionados com o Fed, que está inerte há exatamente um ano. Afinal, até outro dia, esperavam-se juros perto de 4% nos EUA até o fim de 2024. Agora, essa previsão foi adiada para 2025 - e olhe lá.


Como ensinam os clássicos, o Fed está na essência do movimento dos mercados ao redor do mundo e o Lula, na aparência do comportamento local. Tanto que o peso mexicano foi outra moeda duramente castigada ontem, renovando a forte pressão vendedora que vinha desde a vitória nas urnas da primeira presidente mulher - seria uma Dilma também?   


Mercado diz: já deu!


Esse entendimento faz lembrar o recente editorial de um jornal online, lido por “quem faz o PIB”. Logo nos primeiros parágrafos, o texto que circulou nas mesas de operações fala sobre o “clima melancólico entre o empresariado”, dizendo que “parece muito difícil que Brasília consiga fazer este ajuste apenas criando novos impostos ou aumentando os já existentes”. 


Na sequência, a publicação explica que esse empresariado não se trata, necessariamente, do setor produtivo - mas sim daqueles que habitam em uma famosa avenida de São Paulo. A frase atribuída ao “sempre otimista” André Esteves, do BTG, deixa claro: “o estresse das últimas semanas está sinalizando que chegou ao limite o aumento da carga tributária”.


Para um bom entendedor, um pingo é letra. Nas entrelinhas, a reação do mercado doméstico e a motivação política significam a forma do mercado financeiro de mostrar o descontentamento com as medidas tributárias daquele que é carinhosamente chamado de “Taxxad”. Para a Faria Lima, é preciso distribuir esse bolo.


Se não dá para fazer o bolo crescer, que diminua-se, então, o consumo. Em outras palavras, os gastos (e não investimentos) do governo. No entanto, um fato curioso nos números do PIB brasileiro do primeiro trimestre divulgados semana passada é de que não houve avanço na demanda do governo. A variação foi de 0% no confronto trimestral.


Bottom Line


Isso não significa que o Brasil não precisa de um freio de arrumação. Aliás, é isso o que diz o próprio editorial do Brazil Journal, que conclui, dizendo: “No Brasil, nenhum grupo abre mão de nada (...) Se cada grupo de interesse mantiver seu privilégio, o país continuará na mediocridade a que já nos acostumamos”. É isso!


⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:

EUA/Futuros: Dow Jones -0,29%; S&P 500 +0,10% e Nasdaq +0,62%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,04% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,09% e Petrobras +1,22%;

Europa: índice Stoxx 600 -0,67%; Frankfurt -0,93%; Paris -0,91% e Londres -0,41%;

Ásia/Fechamento: Tóquio -0,40%; Hong Kong +0,97% e Xangai -0,28%;

Câmbio: DXY +0,14%, aos 104.79 pontos; euro -0,03%, a US$ 1,0805; libra -0,07%, a US$ 1,2788; dólar +0,29% ante o iene, a 157,18 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,311%, de 4,323% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,764%, de 4,760% na mesma comparação;

Commodities: ouro -0,97%, a US$ 2.331,90 a onça na Comex; petróleo WTI -0,92%, a US$ 77,75 o barril; Brent -0,86%, a US$ 81,88 barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (setembro/24) fechou em -0,25% em Dalian (China), a 811,50 yuans a tonelada métrica (US$ 113,34) após ajustes.


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