Uma cortina de fumaça no Copom
Ata da reunião da semana passada revela se foi pausa ou fim do ciclo de cortes
🧪 Dose diária:
🚨 O Banco Central divulga às 8h a ata da reunião da semana passada do Copom. A expectativa do mercado é de que o documento revele os motivos para manter a taxa Selic.
🤔 Mais que isso, espera-se entender se o movimento indicou uma pausa ou se foi mesmo o fim do ciclo de queda do juro básico.
🦶 Ou seja, por mais que os quatro diretores indicados pelo presidente Lula tenham aderido à unanimidade, isso não significa que não haja divergência sobre os próximos passos.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta terça-feira (25):
Em Brasília, às 8 horas, o Banco Central divulga a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado financeiro é de que o documento revele os motivos da manutenção da taxa Selic em 10,50%, após sete cortes seguidos. Mais que isso, espera-se entender se o movimento indicou uma pausa ou se foi mesmo o fim do ciclo de queda do juro básico.
Caso a ata falhe em lançar pistas sobre os próximos passos, todos os ouvidos estarão voltados à participação do diretor do BC, Gabriel Galípolo, em evento a partir das 10h. Mas mais do que as justificativas e sinalizações, os investidores querem saber o que pensa o provável sucessor de Roberto Campos Neto no comando do BC para 2025 e além.
Ou seja, por mais que os quatro diretores indicados pelo presidente Lula tenham aderido à unanimidade, isso não significa que não haja divergência entre os membros do Copom na visão sobre a condução futura das taxas de juros. Daí porque até mesmo uma retomada do ciclo de cortes no curto prazo não está totalmente descartada.
Ainda mais se o Federal Reserve começar mesmo a cortar os juros dos Estados Unidos em algum momento do segundo semestre - provavelmente em setembro. Afinal, o foco concentrado nas questões locais, em especial nos ruídos políticos, ao longo deste primeiro semestre deve-se à inércia do Fed há um ano, mantendo a taxa no maior nível desde 2001.
Mercado fura-bolha
Aliás, o rali da Inteligência Artificial, que definiu o rumo das bolsas de Nova York em 2024, começou a dar os primeiros sinais de perda de tração. Ontem, as ações da Nvidia caíram pelo terceiro dia seguido, após a fabricante de chips se tornar a empresa mais valiosa do mundo, superando a Apple e a Microsoft em um curto intervalo de tempo.
O movimento levanta suspeitas sobre uma correção mais forte no mercado acionário americano, o que pode, enfim, beneficiar os emergentes. Também não são de hoje os alertas de que a disparada da Nvidia, tida como a empresa que está na vanguarda da evolução da IA, aponta, na verdade, para mais uma bolha especulativa.
Falando nisso, também é difícil sustentar a leitura do mercado - pouco convincente, mas muito convencida - de que o placar unânime do Copom foi para proteger o dólar e os juros futuros. Alguém aí se deu conta de que se os outros cinco diretores não tivessem mudado o voto, a Selic teria caído 0,25 ponto?
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,05%; S&P 500 +0,17% e Nasdaq +0,42%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,04% no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,53% e Petrobras +0,14%;
Europa: índice Stoxx 600 -0,24%; Frankfurt -1,08%; Paris -0,61% e Londres -0,05%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +0,95%; Hong Kong +0,25% e Xangai -0,44%;
Câmbio: DXY +0,04%, aos 105.51 pontos; euro -0,06%, a US$ 1,0730; libra +0,06%, a US$ 1,2694; dólar -0,10% ante o iene, a 159,47 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,242%, de 4,237% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,751%, de 4,732% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,02%, a US$ 2.344,90 a onça na Comex; petróleo WTI -0,52%, a US$ 81,20 o barril; Brent -0,53%, a US$ 85,57 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (setembro/24) fechou em -0,25% em Dalian (China), a 799 yuans a tonelada métrica (US$ 110,97) após ajustes.