Meio cheio ou meio vazio?
Dados fracos nos EUA alimentam esperança de corte nos juros; aqui, é o contrário
🧪 Dose diária:
🚨 O mercado está naquele momento quando o bom é ruim e quando o mau, não é tão ruim assim. Explico.
➡Dados dos EUA desta semana reforçam a chance de o Fed cortar a taxa de juros em breve não por causa da melhora da inflação, mas sim devido à piora da atividade.
🥤Por aqui, o “excesso de aquecimento” do emprego e da economia desagrada. Tal visão mostra a dificuldade do mercado em ver o copo meio cheio, preferindo-o meio vazio.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta quarta-feira (05):
O mercado financeiro está naquele momento quando o bom é ruim e quando o mau, não é tão ruim assim. Explico. Dados econômicos dos Estados Unidos divulgados neste início de semana reforçaram as chances de o Federal Reserve cortar a taxa de juros em breve não por causa da melhora da inflação, mas sim devido à piora da atividade.
Na segunda-feira (3), o índice ISM da indústria caiu a 48,7 em maio, aprofundando-se no território que indica contração e contrariando a previsão de estabilidade em 49,6. Ontem, o relatório Jolts mostrou que a abertura de postos de trabalho nos EUA caiu a 8,1 milhões em abril, também abaixo do previsto.
A ver o que mostram hoje a pesquisa ADP sobre o emprego no setor privado americano (9h15) e os índices PMI (10h45) e ISM (11h) sobre a atividade no setor de serviços. Se confirmada tal visão, o Fed pode precisar cortar a taxa de juros até mais de uma vez neste ano para ajudar a sustentar a economia.
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Por aqui, a boa notícia é má. Depois de reclamar do “emprego demasiadamente forte” no Brasil - com a pressão dos salários podendo gerar inflação - o mercado doméstico não escondeu a decepção com o crescimento da economia brasileira acima do esperado no primeiro trimestre deste ano. Ou seja, esse “excesso de aquecimento” desagrada.
A explicação também é simples: ambos os indicadores apontam para menos espaço para a taxa Selic cair. Ontem, até mesmo a queda residual de 0,25 ponto neste mês foi colocada em xeque. O resultado: incorporação de prêmios em todos os vértices da curva de juros futuros, dólar no maior nível em mais de um ano e o Ibovespa abaixo dos 122 mil pontos.
Hoje, a atenção se volta aos números de abril da produção industrial (9h). A torcida dos investidores é para que o dado venha mais próximo do piso das estimativas, de queda de 1%, do que do teto das projeções, de alta de 1%. Esse intervalo tão largo das previsões mostra a dificuldade do mercado em ver o copo meio cheio, preferindo-o meio vazio.
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,09%; S&P 500 +0,16% e Nasdaq +0,35%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) estável no pré-mercado; nos ADRs, Vale +1,65% e Petrobras +0,26%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,51%; Frankfurt +0,55%; Paris +0,45% e Londres +0,13%;
Ásia/Fechamento: Tóquio -0,89%; Hong Kong -0,10%; Xangai -0,83%;
Câmbio: DXY +0,19%, aos 104.31 pontos; euro -0,04%, a US$ 1,0878; libra +0,05%, a US$ 1,2777; dólar +0,78% ante o iene, a 156,10 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,352%, de 4,331% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,795%, estável na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,23%, a US$ 2.352,80 a onça na Comex; petróleo WTI +0,12%, a US$ 73,34 o barril; Brent +0,14%, a US$ 77,63 barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (setembro/24) fechou em -1,07% em Dalian (China), a 831,50 yuans após ajustes (US$ 116,13).