Brasil é ‘peça bonitinha’ entre mercados globais
Investidores pesam a mão sobre o Ibovespa após Copom duro, mas Fed comanda
🧪 Dose diária:
🚨 Os mercados internacionais se animaram nesta semana com a postura dos principais bancos centrais do mundo.
📈 Mas a condução das taxas de juros nesse movimento reverso será em um ritmo bem diferente do anterior. E foi isso o que tirou o fôlego do Ibovespa ontem.
⚽ A questão é que a bola está no campo do Fed - e não do Copom.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta sexta-feira (22):
Os mercados internacionais se animaram nesta semana com a postura dos principais bancos centrais do mundo - leia-se dos Estados Unidos (Fed), do Japão (BoJ) e da Inglaterra (BoE) - de reverter suas políticas monetárias. Mas a condução das taxas de juros nesse movimento reverso será em um ritmo bem diferente do anterior.
Assim, volta a ganhar força a narrativa do higher for longer, principalmente nos EUA. E foi isso o que tirou o fôlego do Ibovespa ontem. A bolsa brasileira acabou ficando de fora do rali dos ativos de risco após a Super Quarta. Já o dólar mostrou resistência para cair mais e afastar-se da marca de R$ 5,00.
Afinal, quanto mais espaçado (e demorado) forem os cortes por parte do Federal Reserve, menor será o ciclo de queda da Selic, com o Comitê de Política Monetária (Copom) deixando a taxa em um nível terminal mais elevado. Os investidores locais simplesmente não conseguem esconder esse desconforto, o que tampouco atrai os estrangeiros.
O “se” do mercado
A questão é que a bola está no campo do Fed - e não do Copom. Ainda que a piora da confiança local seja atrelada à decisão do BC brasileiro, a fragilidade do mercado doméstico se dá por fatores externos. Ou seja, se o Fed estiver realmente prestes a cortar os juros, o dólar vai ficar mais fraco em termos globais e a bolsa brasileira ficará ainda mais barata.
Mais que isso, se o primeiro corte nos juros dos EUA ocorrer mesmo em junho, seguido de outros dois ao final de cada trimestre - sendo o último após as eleições presidenciais de novembro - a chance de a Selic cair meio ponto por mais duas vezes ainda permanece, assim como a possibilidade de o juro básico terminar com a taxa mais perto de 9%.
Daí porque o peso sobre o Ibovespa ontem foi mais um ponto fora da curva do que uma tendência a ser seguida. Ainda mais com as ações globais caminhando para a melhor semana do ano, sendo que as bolsas de Nova York seguem renovando níveis recordes. Aliás, o sinal positivo predomina nesta manhã.
Merecem atenção hoje a fala do presidente do Fed, Jerome Powell e o relatório bimestral de receitas e despesas do governo brasileiro, ambos às 10h. Se a meta fiscal de déficit zero em 2024 for confirmada, o Copom será obrigado a suavizar o tom duro. Até porque a arrecadação recorde em fevereiro mostra que taxar é mais fácil do que cortar - os gastos, e não os juros.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h05:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,07%; S&P 500 +0,10% e Nasdaq +0,12%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,32% no pré-mercado; nos ADRs, Vale -0,08% e Petrobras +1,09%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,01%; Frankfurt +0,02%; Paris -0,23% e Londres +0,84%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +0,18%; Hong Kong -2,16%; Xangai -0,95%;
Câmbio: DXY +0,94%, aos 104.41 pontos; euro -0,41%, a US$ 1,0818; libra -0,59%, a US$ 1,2581; dólar +0,01% ante o iene, a 151,65 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,242%, de 4,264% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,617%, de 4,643% na mesma comparação;
Commodities: ouro -0,80%, a US$ 2.167,20 a onça na Comex; petróleo WTI -0,14%, a US$ 80,96 o barril; Brent -0,13%, a US$ 85,67 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (maio/24) fechou em +0,96% em Dalian (China), a 831,50 yuans após ajustes (US$ 115,79).