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China sai de cena e mercado quer manter rali


A China sai de cena por uma semana a partir de hoje, tirando do radar um fator de incerteza no mercado financeiro. Os investidores ainda monitoram o risco de contaminação em massa no país, com mais de 800 casos de coronavírus e 25 mortes já confirmadas. Mas a doença respiratória ainda não se trata de uma questão de emergência de saúde pública global, o que ajuda a manter o rali entre os ativos de risco.


Foi nesse contexto que o Ibovespa fechou em novo recorde ontem, impulsionado por um forte volume financeiro. A Bolsa brasileira foi ajudada pelo ambiente externo, com Wall Street dando sinais de reação, e também pela cena doméstica, em meio à manutenção das apostas de corte na taxa básica de juros no mês que vem, apesar da piora na qualidade dos números da inflação, apontada pela prévia dos preços ao consumidor (IPCA-15). 


Nesse panorama, os negócio locais podem ampliar hoje o rali da véspera, diante do sinal positivo que  prevalece entre os índices futuros das bolsas de Nova York nesta manhã. Na Ásia, as principais bolsas sofreram para firmar uma direção, em meio à ausência do pregão nas praças chinesas, mas conseguiram recuperar-se das perdas do dia anterior. 


Tóquio oscilou em alta de 0,1%. As principais bolsas europeias também caminham para abrir no azul. Nas commodities, o petróleo avança, reavendo parte das perdas recentes, ao passo que o dólar mede forças entre as moedas rivais, sendo que as divisas emergentes ensaiam alta. Já o rendimento (yield) do título norte-americano de 10 anos (T-note) está estável. 


Merece atenção a queda do yuan chinês (renminbi) a 6,9251 por dólar, diante da disseminação do coronavírus na China, que fez com que o governo chinês ampliasse o bloqueio sem precedentes para oito cidades, restringindo a mobilidade de cerca de 30 milhões de pessoas. O temor de propagação da doença cancelou a celebração do Ano Novo Lunar em vários lugares, esvaziando a principal festa popular do país. 


Campos Neto em destaque


A agenda de indicadores econômicos volta a perder força. Por aqui, sai apenas o índice de confiança do consumidor em janeiro (8h), enquanto no exterior serão conhecidos dados preliminares sobre a atividade nos setores industrial e de serviços na zona do euro e nos Estados Unidos, ao longo da manhã. 


Entre os eventos de relevo, prossegue o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, já se desloca para o Brasil. Também merece atenção a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento aberto à imprensa em São Paulo, a partir das 9h30. 


A fala da autoridade monetária será importante para consolidar as expectativas sobre o rumo da Selic na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, no mês que vem. Ontem, declarações dele em um tom suave (“dovish”), dizendo que a pressão anterior da alta dos preços das carnes sobre a inflação se dissipará mais rápido, mantiveram como majoritária a chance de corte de 0,25 ponto no juro básico em fevereiro. 



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