BCE larga na frente do Fed; e o mercado sente
Se confirmar previsão de corte no juro da zona do euro, dólar deve ganhar (mais) força
🧪 Dose diária:
🚨 A disputa entre os dois lados do Atlântico Norte terá um vencedor hoje. O BCE deve largar na frente do Fed e confirmar o primeiro corte nos juros da zona do euro em cinco anos.
⏳ Essa demora do Fed em se mover, ao passo que outros BCs já iniciaram o ritmo de queda, provoca um descompasso na condução das taxas de juros no mundo, com impactos no mercado global.
💸 A principal consequência é um dólar cada vez mais forte de modo generalizado. Portanto, não é o real que está fraco. É o atraso relativo do Fed na corrida pelo corte dos juros que cria uma disfuncionalidade entre os ativos, inclusive entre as big techs.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta quinta-feira (06):
A disputa entre os dois lados do Atlântico Norte terá um vencedor hoje. O Banco Central Europeu (BCE) deve confirmar pela manhã (9h15) o primeiro corte nos juros da zona do euro em cinco anos. Com isso, larga na frente do Federal Reserve, que insiste em manter a taxa dos Estados Unidos no nível mais alto desde 2001.
Essa demora do Fed em se mover, ao passo que outros BCs europeus - como o da Suécia - e da própria América do Norte - como o do Canadá - iniciaram o ritmo de queda, provoca um descompasso na condução das taxas de juros no mundo, com impactos no mercado global. A principal consequência é um dólar cada vez mais forte de modo generalizado.
Portanto, não é o real que está fraco. É a moeda dos EUA que segue buscando níveis vistos em 2023 (ou antes), uma vez que o tão aguardado ciclo de queda dos juros neste ano sequer começou. A lentidão do Fed é tanta que o mercado já tem dúvidas se apenas um corte de 0,25 ponto em setembro será o suficiente para impulsionar os ativos de risco.
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Provavelmente não. Afinal, já existe um gap considerável entre o juro praticado nos EUA e nas principais economias do mundo. Aí, os especialistas de plantão tentam encontrar razões para explicar as seis quedas consecutivas do Ibovespa até ontem, acumulando perda de 2,5% apenas neste período.
Por mais que se atribua o comportamento recente ao cenário doméstico, com o mercado “descontente com o andar da política econômica brasileira e incomodado com os ruídos fiscais”, o motivo é externo. E não, não se trata da baixa recente das commodities, principalmente do petróleo e do minério de ferro.
Aliás, Vale e Petrobras só estão sendo pressionadas por serem as ações mais líquidas da bolsa. São, portanto, a porta de saída do mercado acionário local - em especial, para os estrangeiros. Você pode até duvidar, mas é o atraso relativo do Fed na corrida pelo corte dos juros que cria uma disfuncionalidade entre os ativos, inclusive entre as big techs.
Nvidia vê Apple pelo retrovisor
A ponto de fazer a Nvidia superar a marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado e ultrapassar a Apple. Como já dito aqui, a fabricante de chips avançados está navegando em meio às tensões entre EUA e China e foi forçada a vender seu produto top de linha, o H20, a um preço abaixo do Ascend 910B da Huawei no mercado chinês.
Os próprios executivos da empresa americana reconhecem que a receita de data center na China caiu significativamente devido às restrições de controle de exportações impostas por Washington. Qualquer semelhança com o que aconteceu com a venda de smartphones da marca da maçã entre os consumidores asiáticos não é mera coincidência.
💊 Pílulas do Dia
Perse vem aí: ‘No banco com a Madonna’ foi só o começo da disputa entre Itaú e Nubank. Entenda.
⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,08%; S&P 500 -0,02% e Nasdaq +0,10%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) estável no pré-mercado; nos ADRs, Vale +0,61% e Petrobras +0,20%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,64%; Frankfurt +0,73%; Paris +0,33% e Londres +0,19%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +0,55%; Hong Kong +0,28%; Xangai -0,54%;
Câmbio: DXY -0,01%, aos 104.26 pontos; euro +0,06%, a US$ 1,0878; libra -0,05%, a US$ 1,2780; dólar -0,04% ante o iene, a 156,06 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,305%, de 4,280% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,751%, de 4,728% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,16%, a US$ 2.379,20 a onça na Comex; petróleo WTI +0,14%, a US$ 74,17 o barril; Brent +0,03%, a US$ 78,43 barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (setembro/24) fechou em +0,24% em Dalian (China), a 833,50 yuans após ajustes (US$ 116,41).