Agenda forte testa inércia dos mercados
Dados de atividade no Brasil e nos EUA questionam tomada de risco
Dose diária: Os mercados globais continuam dando o benefício da dúvida à guerra em Israel. Os investidores não enxergam qualquer mudança no conflito desde a semana passada para cá e continuam apostando em um embate rápido e localizado no Oriente Médio. Foi essa visão que encorajou a tomada de risco ontem, com o Ibovespa acompanhando os ganhos em Nova York, enquanto o dólar caiu ante o real. Porém, essa melhora do apetite pode azedar rapidamente, a depender dos próximos passos da ofensiva na região. Ou não. Afinal, a escalada da tensão geopolítica é apenas monitorada com atenção, porém sem causar estresse nos mercados. Ainda assim, dados de atividade no Brasil e nos Estados Unidos põem em xeque o movimento recente dos ativos globais. A agenda do dia começa com os balanços do Bank of America e Goldman Sachs e termina com a China divulgando o PIB do terceiro trimestre deste ano.
Os mercados globais continuam dando o benefício da dúvida à guerra em Israel e não enxergam qualquer mudança no conflito desde a semana passada para cá. Apesar do ataque a alvos do Hezbollah, no Líbano, os investidores continuam apostando em um embate rápido e localizado no Oriente Médio.
Foi exatamente essa visão que encorajou a tomada de risco ontem (16). O Ibovespa acompanhou os ganhos em Nova York, onde a alta foi mais firme, enquanto o dólar caiu 1% ante o real. Já a escalada no rendimento (yield) dos títulos dos Estados Unidos (Treasuries) fez uma pausa da marcha implacável rumo ao pico em anos.
Porém, essa melhora do apetite pode azedar rapidamente, a depender dos próximos passos da ofensiva na região. Enquanto a diplomacia tenta encaminhar uma solução negociada, com a proposta de paz do Brasil sendo apreciada na ONU, o tom de aversão ao risco que permeou os mercados até pouco tempo atrás pode retornar nesta terça-feira (17).
Ou não. Afinal, a escalada da tensão geopolítica é apenas monitorada com atenção, porém sem causar estresse entre os investidores. Ainda assim, o comportamento recente dos mercados proporciona pouca clareza sobre o cenário econômico. Isso porque não se sabe por quanto tempo e com que consequências a guerra pode se arrastar.
Mercados miram agenda
Dados de atividade no Brasil e nos Estados Unidos põem em xeque o movimento recente dos ativos globais. O dia começa com os balanços do Bank of America e Goldman Sachs, que testam a resiliência dos grandes bancos norte-americanos ao juro alto praticado pelo Federal Reserve.
Na sequência, os números sobre as vendas no varejo (9h30) e a produção industrial (10h15) em setembro nos EUA testam as apostas majoritárias de que o Fed não irá apertar a taxa novamente em novembro. Essa perspectiva ainda será confrontada pelos discursos de dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) ao longo da manhã.
Vale lembrar que recentemente membros votantes ou não do Fomc passaram a admitir que a pressão nos yields das Treasuries pode reduzir a necessidade de um novo aumento nos juros dos EUA - seja em novembro ou depois. Depois, o radar se desloca para o Brasil, onde sai o desempenho do setor de serviços em agosto (9h).
À noite, a China entra em cena para divulgar dados de primeira grandeza, entre eles o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano. Além disso, a Vale divulga o relatório trimestral de produção. Aliás, as ações chinesas tiveram um dia positivo hoje, assim como o minério de ferro. Mas o Ocidente amanhece sem direção definida.
Pílulas do Dia 💊
Brasil na ONU: Texto sobre cessar-fogo redigido pelo Brasil sobre guerra em Israel deve ser votado hoje pelo Conselho de Segurança. Leia mais.
Renner, Arezzo, Vivara e mais: O que elas têm que outras varejistas não têm? Saiba aqui.
BC responde: Diretor do Banco Central fala sobre redução dos cortes na Selic, tributação do Pix e outros temas. Confira.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h:
EUA/Futuros: Dow Jones -0,16%; S&P 500 -0,15% e Nasdaq -0,17%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ) +0,26% no pré-mercado; nos ADRs, da Petrobras -0,06% e da Vale -0,60%;
Europa: Stoxx 600 -0,03%; Frankfurt -0,14%; Paris +0,01%; Londres +0,42%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +1,20%; Hong Kong +0,75%; Xangai +0,32%;
Câmbio: DXY +0,09%, 106.34 pontos; euro -0,06%, a US$ 1,0556; libra -0,43%, a US$ 1,2165; dólar +0,12% ante o iene, a 149,68 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,752%, de 4,712% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,114%, de 5,110% mesma comparação;
Commodities: ouro +0,06%, a US$ 1.935,70 a onça na Comex; petróleo WTI +,054%, a US$ 87,13 o barril; Brent +0,67%, a US$ 90,26 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (janeiro/24) fechou em +1,95% em Dalian (China), a 864,50 yuans após ajustes (~US$ 118).