A charada do mercado
Mercado fomenta discussão sobre alta da Selic no mesmo dia em que Fed iniciar ciclo de cortes
🧪 Dose diária:
🚨 Os investidores iniciaram a semana querendo sextar. Daí porque o ritmo ontem no mercado financeiro foi de festa.
🎉O Ibovespa renovou máximas históricas, enquanto o dólar chegou a cair abaixo de R$ 5,40. Em Nova York, a alta das bolsas também foi firme.
😈 Em uma semana de poucos indicadores econômicos relevantes e com o mercado ansioso pela chegada da sexta, ganha corpo a discussão de alta da Selic no mês que vem.
Para mais informações, leia a Bula do Mercado desta terça-feira (20):
Os investidores iniciaram a semana querendo sextar. Daí porque o ritmo ontem no mercado financeiro foi de festa. O Ibovespa renovou máximas históricas - durante o pregão e de fechamento - ao passo que o dólar chegou a ser cotado abaixo de R$ 5,40. Em Nova York, a alta das bolsas também foi firme.
O movimento dos ativos de risco ocorre diante da possibilidade de Jerome Powell dar algum sinal sobre o esperado corte nos juros dos Estados Unidos na reunião de setembro - e o que pode acontecer depois. O presidente do Federal Reserve discursa no simpósio de banqueiros centrais em Jackson Hole na sexta-feira (23).
Em uma semana de poucos indicadores econômicos relevantes - e de agenda econômica esvaziada nesta terça-feira (20) - o mercado financeiro segue ansioso pela chegada da sexta. Até lá, deve ganhar corpo nos negócios locais a discussão em torno de um aumento da taxa Selic no mês que vem. Ainda mais diante da presença de Fernando Haddad (Fazenda) e Roberto Campos Neto (Banco Central) em evento do BTG hoje.
De alguma maneira, os agentes do mercado estão tentando convencer a necessidade de elevar o juro básico brasileiro no mesmo dia em que o Fed cortar a taxa americana. Com o apoio de parte da imprensa especializada propaga-se o discurso de que a desancoragem das expectativas inflacionárias e o crescimento econômico do país demandam tal ajuste.
O mercado está nu
A dúvida que fica é se a pressão por esse aumento - com alguns gestores já falando em um ciclo de aperto e vendo a Selic em 12%, como é o caso do banco de André Esteves - não seria apenas para ampliar, por aqui, o chamado diferencial de juros. Ainda mais agora que se sabe que a taxa dos EUA tende a baixar, deixando os maiores níveis deste século.
O raciocínio é simples: em uma indústria em que a renda fixa ganha “de lavada” das demais aplicações financeiras, arriscar-se na renda variável demanda maior esforço e estratégia. Afinal, se o Ibovespa está batendo sucessivos recordes em reais, em dólar ainda falta muito - ao redor de 25%.
Com o enfraquecimento generalizado da moeda norte-americana, por causa do esperado alívio monetário pelo Fed, o ativo que deveria tirar toda essa diferença não é o principal índice de ações da bolsa brasileira, mas sim, o real. O que acontece agora, então, é uma queda de braço entre Banco Central e mercado, que há muito tempo está viciado em juros.
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⏰️ Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 6h40:
EUA/Futuros: Dow Jones +0,01%; S&P 500 +0,09% e Nasdaq +0,15%;
NY: Ibovespa em dólar (EWZ)estável no pré-mercado; nos ADRs, Petrobras -0,98%;
Europa: índice Stoxx 600 +0,08%; Frankfurt +0,16%; Paris +0,28% e Londres -0,61%;
Ásia/Fechamento: Tóquio +1,80%; Hong Kong -0,33% e Xangai -0,93%;
Câmbio: DXY -0,05% aos 101.84 pontos; euro -0,06%, a US$ 1,1080; libra +0,12%, a US$ 1,3007; dólar -0,10% ante o iene, a 146,46 ienes;
Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 3,878%, de 3,876% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,068%, de 4,070% na mesma comparação;
Commodities: ouro +0,76%, a US$ 2.560,40 a onça na Comex; petróleo WTI -0,25%, a US$ 73,48 o barril; Brent -0,28%, a US$ 77,45 o barril; o contrato futuro do minério de ferro mais líquido (janeiro/25) fechou +1,07% em Dalian (China), a 709,50 yuans a tonelada métrica (US$ 97,86) após ajustes.