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Reforma de Trump ganha força


Se a política brasileira vem atrapalhando o andamento da agenda econômica no Congresso, em meio a inúmeros escândalos de corrupção, nos Estados Unidos a aprovação da proposta de orçamento para o ano fiscal de 2018 impulsiona os mercados internacionais e deve animar os negócios locais. O placar apertado no Senado norte-americano, por 51 a 49 votos, não esvazia a esperança de que, agora, a reforma tributária pode entrar em pauta.

Os índices futuros das bolsas de Nova York têm alta acelerada, o dólar avança, assim como o rendimento dos títulos nos EUA, em reação aos avanços em Washington, que resgataram o otimismo quanto à votação do corte de impostos ainda neste ano. O orçamento ainda tem de passar na Câmara, mas a aprovação da proposta no Senado foi um passo importante para a reconciliação do presidente norte-americano Donald Trump com os republicanos.

"Esta resolução cria um caminho para desencadear o potencial da economia americana através de reformas tributárias e reduções de impostos, simplificando o código tributário excessivo, proporcionando alívio financeiro para as famílias em todo o país e tornando as empresas competitivas a nível mundial", afirmou a Casa Branca em comunicado após a votação.

Todos os democratas e um senador republicano pelo estado de Kentucky, Rand Paul, votaram contra a medida. Apesar dessa exceção o resultado final dá sinais de unidade dentro do partido do governo e alimenta a confiança nas promessas de campanha de Trump. Também anima os investidores o favoritismo de Jerome Powell na disputa pela presidência do Federal Reserve, o que dá a ideia de continuidade no processo de alta dos juros.

Os mercados na Ásia e na Europa acompanharam a reação positiva vinda de Wall Street e também estão no positivo. A menor busca por proteção em ativos seguros desvaloriza o ouro, ao mesmo tempo em que eleva o apetite por risco. O petróleo e os metais básicos estão no azul, assim como as moedas de países emergentes e correlacionadas às commodities, o que pode garantir um novo rali na Bovespa e no real.

Ainda assim, seguem no radar os planos de Madri para assumir o controle da Catalunha, ao passo que a região estuda a hipótese de declarar independência unilateralmente. No front do Brexit, a chanceler alemã Angela Merkel pediu para que o Reino Unido e a União Europeia se esforcem para alcançar um acordo até o fim do ano, afirmando que há "zero indicação" de que as conversações até então não terão sucesso.

Na agenda econômica do dia, o destaque é a prévia de outubro da inflação oficial ao consumidor no Brasil. A expectativa é de aceleração do IPCA-15 para 0,35%, após uma alta de 0,11% em setembro, por causa do fim da queda nos preços de alimentos. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses deve ganhar força e subir 2,70%.

Os números efetivos serão conhecidos às 9h e devem agitar os mercados domésticos apenas se vierem muito fora do esperado. Afinal, já estão consolidadas as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá reduzir gradualmente o ritmo de cortes nos juros básicos, com a Selic caindo 0,75 ponto neste mês e, depois, 0,50 ponto em dezembro.

Desse modo, o governo Temer deve encerrar o ano com a marca emblemática de menor juro na história do país, a 7%, superando o mínimo histórico, até então, de 7,25%, observado no primeiro mandato do governo Dilma. A dúvida é saber se haverá espaço para o Banco Central continuar cortando os juros no ano que vem ou se para o ciclo por aí.

Ainda no calendário interno, saem uma nova prévia deste mês do IGP-M neste mês (8h) e o índice da CNI sobre a expectativa do consumidor em outubro (11h). No exterior, destaque apenas para as vendas de imóveis residenciais em setembro (12h).

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