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Debate nos EUA anima mercados


Enquanto os mercados internacionais reagem, em alta, ao primeiro debate na TV entre os candidatos às eleições presidenciais nos Estados Unidos, os negócios locais se voltam à Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O clima esquentou de vez na já acirrada disputa entre Donald Trump e Hillary Clinton, que trocaram a gentileza pela hostilidade e promoveram o debate mais assistido da história do país. Mas a vitória da candidata democrata no confronto traz alívio aos investidores.

Pesquisa da CNN aponta que, para 62% dos telespectadores, Hillary ganhou esse primeiro embate, enquanto Trump ficou com apenas 28%. Trata-se de uma larga vantagem da candidata que se contrasta com as pesquisas de intenção de voto que mostram ambos lado a lado. E os investidores reagem a esses sinais de mudança na corrida eleitoral, removendo Wall Street de certa complacência que prevalecia às vésperas das eleições.

O grande destaque é o peso mexicano, que registrou o maior salto desde fevereiro, saindo do nível recorde de baixa e subindo mais de 2%, diante dos sinais de que as chances de vitória de Trump diminuíram. A eleição do candidato republicano tende a prejudicar ativos emergentes, principalmente da China e do México, diante das promessas de campanha protecionistas dele contra as relações comerciais com esses países. Da mesma forma, pode haver uma queda abrupta nas bolsas pelo mundo e maior vaivém entre as moedas e commodities.

Por isso, o alívio hoje. Os dólares canadense e australiano, o won sul-coreano, o ran sul-africano e a rupia indonésia se fortaleceram, assim como o ringgit malaio e a rupia indiana. Nas bolsas, os índices futuros em Nova York têm ganhos firmes, embalando as praças europeias, que ensaiam uma recuperação após registrarem a maior queda em dois dias desde julho. As principais bolsas asiáticas também tiveram alta, lideradas pela Bolsa de Hong Kong (+1,1%).

Esse rali entre as bolsas se espalhou, com o índice MSCI global de ações subindo. Enquanto isso, os ativos de maior segurança perdem atratividade, com o ouro registrando a primeira queda em sete dias, ao passo que o iene se enfraquece e o preço dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) cai. Entre as commodities, porém, prevalece o sinal negativo, com o barril do petróleo tendo dificuldades para se manter na marca de US$ 45.

Ainda assim, o mercado trocou a aversão ao risco antes do debate por um maior apetite por risco, diante da sensação de que Hillary pode ter um desempenho melhor no debate - ela é, certamente, mais eloquente. Mas o jogo ainda promete ser duro. O próximo debate entre acontecerá na terça-feira da semana que vem, dia 4 de outubro, e o último confronto acontece dias depois, no domingo (9). Já o voto nas urnas acontece em 8 de novembro (terça-feira).

Na agenda econômica do dia no exterior, destaque para a leitura preliminar de setembro do índice dos gerentes de compras (PMI) composto sobre as atividades nos setores industrial e de serviços nos EUA (10h45) e para o índice de confiança ao consumidor norte-americano neste mês (11h). Às 10h, sai o índice de preços de imóveis nos EUA em julho.

No Brasil, o destaque é o documento do Banco Central sobre a inflação (8h30), que deve corroborar as apostas em relação ao início do ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) em outubro. A expectativa é de que o chamado RTI traga revisões para baixo nas estimativas para o IPCA em 2017, tanto no cenário de referência, de 4,7% para 4,5%, quanto no de mercado, de 5,3% para em torno de 5%.

Essa previsão para o comportamento da inflação oficial ao consumidor no país deve corroborar o cenário mais favorável dos preços no varejo à frente, abrindo espaço para uma queda nos juros básicos. O mercado prevê que a Selic encerre 2016 em 13,75%, após dois cortes de 0,25 ponto percentual em outubro e em novembro.

Às 11h, o diretor de Política Econômica, Carlos Viana, concede entrevista coletiva para comentar o RTI. Logo cedo, às 8h, saem as sondagens da construção civil e do consumidor em setembro. Depois, às 9h, é a vez do índice de preços ao produtor (IPP) no mês passado.

Entre os eventos de relevo, o presidente Michel Temer cumpre uma agenda extensa hoje, com encontros marcados com os presidentes da Petrobras, Pedro Parente (9h45); da Fiat Chrysler, Sergio Machione (15h); da Hyundai, William Lee (16h30); e da Shell, Ben Van Beurden (17h). Ele também tem um encontro com o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, às 15h30.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participará deste encontro, mas, antes, às 14h30, tem uma reunião apenas com Lew. Meirelles também se reunirá com Machione, da Fiat Chrysler (11h), e tem um almoço com empresários e investidores franceses. Outro que também receberá Lew e Machione é o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à tarde.

No fim do fia, às 18h, Temer realiza uma reunião com ministros e líderes da base aliada, no Palácio da Alvorada, onde deve afinar o discurso dos representantes do governo, após idas e vindas com polêmicas declarações que, na maioria das vezes, tiveram de ser esclarecidas.

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