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BC dos EUA e política local trazem apetite por risco


O Federal Reserve inseriu uma linguagem na ata da reunião de outubro que deixa claro que a primeira alta dos juros nos Estados Unidos desde 2006 ocorrerá no mês que vem. Para o Fed, "deve ser muito bem apropriado" elevar os Fed Funds em dezembro, mantendo um ritmo gradual de aumento. E é exatamente a sinalização de que o ciclo de aperto monetário será lento que alimenta os ativos de risco no exterior e deve impulsionar o real brasileiro e a Bovespa, que seguem beneficiados pela melhora no cenário político local.

As moedas correlacionadas às commodities e as matérias-primas em si registraram ganhos nesta quinta-feira, ao mesmo tempo que o euro se recupera da mínima em sete meses e o iene estende os ganhos após o Banco Central japonês (BoJ) se abster de mais estímulos na reunião de hoje. O dólar perde terreno ante os rivais, a despeito do aumento para 66% na chance de juros maiores no fim do ano.

Isso porque os investidores esperam que haverá um aumento da taxa básica norte-americana entre 0,50 ponto porcentual e 0,75pp no prazo de 18 meses, o que traz alívio aos negócios e dá tempo para ajustar as posições. Nas bolsas, o índice MSCI de mercados emergentes sobe desde cedo, na esteira dos ganhos firmes das bolsas de Xangai (+1,21%) e de Hong Kong (+1,39%). Tóquio subiu 1,07% e Seul avançou 0,89%.

No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York estão no azul, assim como as principais bolsas europeias, antes da agenda econômica do dia que traz como destaque a ata da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no mês passado, às 10h30. Depois, nos EUA, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego e o índice regional de atividade em Filadélfia neste mês, ambos às 11h30; e o o índice de indicadores antecedentes em outubro (13h).

Mas deve ser agitada esta véspera de feriado em várias cidades brasileiras, que manterá fechados os mercados locais em razão do Dia da Consciência Negra celebrado em São Paulo. O calendário doméstico reservou para esta quinta-feira a divulgação da taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas do país no mês passado e também da prévia da inflação oficial em novembro.

Os indicadores serão anunciados às 9 horas pelo IBGE. Para o IPCA-15, a estimativa é de aceleração na alta dos preços pelo segundo mês consecutivo, com a taxa indo a 0,86%, no maior resultado para o mês desde 2010, quando teve variação igual. Qualquer resultado acima desse valor só encontra teto em novembro de 2002, quando houve um salto de 2,08%.

Além disso, a inflação acumulada pelo indicador em 12 meses deve, enfim, ultrapassar a barreira dos dois dígitos, acelerando a 10,30%, atingindo o maior patamar para o período desde novembro de 2003 (+12,69%). Já a taxa de desemprego deve permanecer estável em 7,6% pelo terceiro mês consecutivo, seguindo no nível mais alto desde março de 2010, quando também estava em 7,6%.

Antes, às 8 horas, a FGV informa a segunda leitura do IGP-M de novembro. Entre os eventos de relevo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está nos Estados Unidos, onde participa de um fórum promovido pelo Bradesco BBI, em Nova York. Depois, ele embarca para São Francisco, onde tem um jantar oferecido pela ex-secretária de Estado Madeleine Albright.

Por sua vez, a presidente Dilma Rousseff participa de cerimônias comemorativas, pela manhã. À tarde, ela recebe o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tem reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na companhia de outros diretores BC.

Ontem, em Brasília, o Congresso Nacional manteve o veto presidencial ao financiamento empresarial de campanha, com apenas 220 votos a favor da derrubada, sendo que eram necessários 257. Antes, os parlamentares já haviam mantido o veto sobre a mudança no reajuste da aposentadoria e ao reajuste do Judiciário.

Diante do desarmamento da pauta-bomba no Congresso, o governo pode até arriscar brigar pela CPMF e consolidar de vez o ajuste fiscal. A expectativa recai, agora, na votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 e a mudança na meta fiscal deste ano. Porém, essas duas propostas devem ficar para a análise de deputados e senadores apenas na terça-feira da semana que vem, quando outros três vetos trancarão a pauta.

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