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Mercados absorvem política e miram agenda


O novo pedido de impeachment contra o mandato da presidente Dilma Rousseff chega hoje na Câmara, ao passo que o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) que rejeitou as contas do governo de 2014 começa a avançar no Senado. Mas a agenda de indicadores e eventos econômicos também volta a ganhar força hoje no Brasil, dividindo as atenções dos investidores com o noticiário político. Enquanto isso, no exterior, os mercados se arrastam.

Pela manhã, às 9 horas, o IBGE informa a prévia da inflação oficial no país neste mês, medida pela IPCA-15. À noite, sem horário definido, o Copom anuncia a decisão sobre a taxa Selic. Entre uma divulgação e outra, às 12h30, saem os números semanais do fluxo cambial.

Separando os principais anúncios por partes, o IPCA-15 deve interromper uma sequência de três meses consecutivos de desaceleração e subir para 0,68% em outubro, na mediana. Se confirmado, será o maior resultado para o mês desde 2002, quando avançou 0,90%. Já no acumulado em 12 meses, o IPCA-15 deve seguir no nível mais alto para o mesmo período desde 2003, rondando a faixa de 9,8%.

Em relação ao Copom, espera-se que o Banco Central dê continuidade neste mês ao “período prolongado” de estabilidade do juro básico em 14,25% ao ano, após interromper o ciclo de aperto monetário em setembro. Se confirmada, a Selic seguirá nos níveis vistos pela última vez em outubro de 2006, quando estava em igual patamar. Além disso, o Brasil seguirá no topo do ranking de maior pagador de juros reais no mundo, sendo que somente um improvável corte de 5 pontos porcentuais hoje retiraria o país da posição de liderança.

Tal decisão é amplamente esperada, com a Pesquisa Focus do BC prevendo estabilidade na taxa neste mês há 12 semanas, o que desloca as atenções do encontro para a comunicação da autoridade monetária em relação ao balanço de riscos. Diante da briga entre atividade (em baixa) e câmbio (em alta), além de um quadro fiscal incerto, espera-se que o Copom admita que o trabalho de convergir o IPCA a 4,5% ao final de 2016 está complicado.

Já na safra de balanços, a Natura divulga os resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre deste ano, após o fechamento dos mercados domésticos. Na temporada dos Estados Unidos, hoje é dia de publicação dos números trimestrais da Coca-Cola, General Motors (GM), Boeing e American Express.

Porém, o calendário de indicadores econômicos no exterior segue esvaziado hoje e traz apenas os estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados, às 12h30. A commodity está de lado nesta manhã, atenta ainda ao encontro entre países-membros e não-membros da Opep. Em Wall Street, os índices futuros das bolsas exibem ligeiros ganhos nesta manhã, ensaiando uma recuperação após as perdas da véspera.

As principais bolsas asiáticas acompanharam o sinal negativo de ontem em Nova York e caíram. Xangai recuou 3,05%, na maior queda desde meados de setembro, em um movimento de correção técnica após alcançar a máxima em oito semanas. Na Austrália, Sydney caiu 0,5%.

A Bolsa de Tóquio, porém, subiu 1,91%, apoiada na expectativa de mais estímulos por parte do Banco Central japonês (BoJ), após os dados da balança comercial do país mostrarem que as exportações cresceram no ritmo mais lento em mais de um ano em setembro, diante da queda nos embarques para toda a Ásia. O BoJ reúne-se na semana que vem e pode considerar que a economia do Japão precisa de apoio adicional.

Essa perspectiva de que os principais bancos centrais globais irão dar suporte à economia global sustenta as principais bolsas europeias em alta nesta manhã, mas os investidores redobram a cautela nesta véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE). A safra de balanços na região também traz certa agitação aos negócios.

O euro, por sua vez, está de lado ante o dólar. Já em relação ao iene, a moeda norte-americana voltou a ultrapassar a marca de 120 ienes, pela primeira vez em uma semana. Entre as moedas de países emergentes, o ringgit malaio e a rupia indonésia recuam pelo quarto dia seguido, cada.

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