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O "fico" da Grécia


Não haverá porta de saída da zona do euro para a Grécia. Depois de 17 horas de negociações que se estenderam ao longo do fim de semana, os líderes europeus anunciaram na manhã desta segunda-feira que chegaram a um acordo unânime sobre um terceiro pacote de resgate ao país mediterrâneo em cinco anos, em troca de estritas medidas de reforma. Em reação ao “aGreekment”, como foi chamado pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, os mercados financeiros comemoram.

As principais bolsas europeias exibem ganhos firmes nesta manhã, uma vez que a decisão dá à Atenas a possibilidade de reconquistar o apoio dos parceiros da Europa e evita também consequências negativas ao bloco como um todo. Apesar das concessões feitas ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, o futuro da Grécia na região da moeda única ainda está na balança, o que deixa o euro com uma direção mista ante os rivais.

As moedas de países da Europa Oriental se fortalecem, ao passo que a Bolsa de Atenas permanece fechada hoje, assim como os bancos. Entre os bônus, o rendimento (yield) dos títulos de 10 anos da Alemanha, Espanha e Itália avança. Do outro lado do Atlântico Norte, os índices futuros das bolsas de Nova York também têm alta consistente, neste dia de agenda econômica mais fraca nos Estados Unidos.

Já na Ásia, a China abriu a semana com números robustos sobre a balança comercial, o que ampliou o apetite por risco na região. As exportações chinesas cresceram pela primeira vez em quatro meses em junho, em mais um sinal de estabilização da segunda maior economia do mundo, antes de uma série de dados de primeira grandeza que saem ainda nesta semana.

As vendas de produtos chinesas pelo mundo cresceram +2,1% no mês passado, ante igual período de 2014, acima da previsão de +1,2%. Já as importações caíram 6,7%, no mesmo período, reduzindo o ritmo de queda, após cederem 18,1% em maio, na mesma base de comparação, e ante projeção de recuo de 16,2%. Com isso, o superávit comercial chinês somou US$ 45,8 bilhões.

A Bolsa de Xangai fechou em alta pelo terceiro pregão consecutivo, subindo 2,4% hoje e acumulando ganhos de 13% no período, com as ações de mais empresas retornando à negociação. O número de empresas com negócios interrompidos caiu a 408 hoje, representando uma interrupção de 36% do mercado total, de 1.045 empresas interrompidas na última sexta-feira.

Os demais mercados asiáticos também avançaram, com as bolsas de Tóquio e de Hong Kong subindo 1,6% e 1,3%, respectivamente. No Pacífico, as bolsas de Sydney e da Nova Zelândia caíram 0,3%, cada. Já as commodities não têm um rumo único, com os metais básicos recebendo impulso dos dados chineses, enquanto o petróleo cai, diante da expectativa por um acordo nuclear no Irã.

Também dividas entre esses dois fatores, estão as moedas de países emergentes e correlacionadas às matérias-primas. O rublo russo recua, pela primeira vez em dois dias.

Agenda. Na agenda econômica da semana, as vendas no varejo são destaque. Os números do comércio varejista brasileiro em maio serão conhecidos amanhã. No mesmo dia, saem os dados do varejo nos Estados Unidos em junho.

Ainda na terça-feira, é grande a expectativa pela participação do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O tema do encontro deve ser as “pedaladas fiscais” e contará com a presença do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Na noite do mesmo dia, a China entra e cena para anunciar, de uma só vez, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano, juntamente com os dados de junho da produção industrial e das vendas no varejo.

De volta ao Brasil, a quarta-feira reserva o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também referente ao mês de maio, ao passo que na quinta-feira sai o primeiro IGP de julho, o IGP-10. São esperados ainda os dados do Caged e da Receita Federal.

Hoje, a segunda-feira tem as tradicionais divulgações do dia: Pesquisa Focus (8h30) e balança comercial semanal (15h). Já nos EUA, o dia traz apenas o orçamento do Tesouro, às 15 horas. Entre os eventos de relevo, a presidente Dilma Rousseff participa da, também já tradicional, reunião de coordenação política.

Na quarta-feira, saem os números da inflação ao produtor (PPI) e também da produção industrial, ambos em junho. Ainda no mesmo dia, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, faz um depoimento na Câmara e também será publicado o Livro Bege, do Fed.

No dia seguinte, Yellen volta ao Congresso dos EUA, desta vez, para depor no Senado. Na sexta-feira, destaque para os preços ao consumidor (CPI) e também para o sentimento do consumidor norte-americano. Ainda estão previstos dados do setor imobiliário ao longo da semana.

Por fim, na zona do euro, saem dados de atividade e inflação no bloco da moeda única, além do sentimento econômico na Alemanha. Mas as atenções se voltam para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, que será acompanhada de uma entrevista do presidente da instituição, Mario Draghi.

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