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Emprego nos EUA em foco, mas sem descuidar da Grécia


Diferentemente do que acontece na primeira sexta-feira de cada mês, o relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll) será divulgado hoje, já que as bolsas de Nova York fecham amanhã, antecipando–se ao 4 de Julho. Ao mesmo tempo, a consulta popular na Grécia, no domingo, deixa os investidores em suspense, ao passo que a China continua assustando. Já no Brasil, a presidente Dilma volta para Brasília.

O grande destaque do dia é o documento sobre os postos de trabalho criados nos EUA em junho. O dado será conhecido às 9h30 e a previsão é de uma expansão ao ritmo de mais de 200 mil vagas, com a taxa de desemprego ficando estável em 5,5%. À espera dos números, os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para um dia positivo e o dólar ganha terreno ante as moedas rivais, enquanto a T-note de 10 anos oscila em 2,44%.

O payroll do mês passado, é bom lembrar, pode calibrar as apostas em relação ao momento exato da primeira alta dos juros norte-americanos desde 2006. Mas as incertezas em relação aos próximos passos do Federal Reserve cresceram após o calote grego.

As principais bolsas europeias estão de lado nesta manhã, sem um viés único, ao passo que o rendimento (yield) dos bônus alemão e britânico avançam. Os investidores estão no aguardo do referendo de domingo sobre as condições de ajuda dos credores internacionais a Atenas, o que também instiga a busca por proteção. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, continua em campanha pelo “não”, mas as pesquisas mostram uma disputa apertada.

Já na Ásia, a Bolsa de Xangai voltou a ter uma perda intensa, de -3,47% hoje, fechando abaixo da marca psicológica dos 4 mil pontos pela primeira vez desde abril. Por lá, as dúvidas ocorrem em relação à eficácia das medidas que Pequim vem adotando. O mercado acionário chinês foi exceção na região, com as demais bolsas asiáticas registrando ganhos. Tóquio subiu 0,95%.

Assim, os negócios com risco estão um pouco à deriva hoje, com os investidores buscando na agenda de indicadores econômicos algum gatilho para o dia. Ainda nos EUA, às 9h30, saem também os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país. Às 11 horas, é a vez das encomendas à indústria em maio.

No Brasil, a agenda econômica também está cheia e já começou cedo. Pela manhã, a Fipe informou que seu IPC desacelerou para 0,47% ao final de junho, no piso das estimativas, ante taxa de 0,62% em maio. Logo mais, às 9 horas, o IBGE informa os números de maio da produção industrial.

Tanto na comparação mensal quanto em base anual, as previsões para a indústria são de queda. Se confirmado, o recuo de -0,50% ante abril, na mediana, representará o quarto mês seguido de retração da atividade. Em relação a um ano antes, a mediana é de declínio de 10,00%, o que pode configurar na décima quinta taxa negativa consecutiva.

No âmbito corporativo, destaque para o anúncio feito ontem à noite pela Petrobras, de que autorizou estudos para a oferta pública inicial (IPO) de ações da BR Distribuidora. Segundo a estatal, a iniciativa faz parte do plano de desinvestimentos e a abertura de capital da subsidiária vai depender das condições de mercado.

Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi bem pragmático, ontem à noite. Ele reafirmou o compromisso da autoridade monetária em entregar a inflação oficial no país em 4,5% ao final de 2016, dizendo que o fundamental é evitar os efeitos do realinhamento de preços para além deste ano. Assim, garantiu Tombini, a política monetária do BC continuará vigilante.

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