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Esperança sobre a Grécia se renova no novo semestre

  • Foto do escritor: Olívia Bulla
    Olívia Bulla
  • 1 de jul. de 2015
  • 4 min de leitura

Julho começa com o calote grego no Fundo Monetário Internacional (FMI), na maior falta de pagamento de uma dívida ao Fundo desde a criação da instituição, na Segunda Guerra Mundial, e no primeiro “default” de um país desenvolvido. Porém, as esperanças em relação ao futuro da Grécia na zona do euro se renovam no início deste novo mês, o que eleva o a moeda única na faixa de US$ 1,11 e embute ganhos de pouco mais de 2% nas bolsas de Paris e de Frankfurt hoje.

Relatos na imprensa internacional de que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, estaria pronto para aceitar os termos para um acordo de resgate impulsionam não só o euro e as bolsas europeias nesta manhã, como também garantem ganhos ao redor de 1% nos índices futuros das bolsas de Nova York. Segundo o Financial Times (FT), um carta escrita por Tsipras para os presidentes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do FMI afirma que o premiê irá aceitar todos as condições colocadas na mesa na semana passada, com “apenas pequenas mudanças”.

O programa de resgate grego, firmado em 2010, expirou à meia-noite de ontem, quando o FMI confirmou que a Grécia não realizou o pagamento de cerca de 1,6 bilhão de euros, ficando, então, em atraso e somente apta a receber financiamento quando normalizar os pagamentos. Agora, a carta de Tsipras pode servir como base para um novo pacote de ajuda nos próximos dias, ainda conforme o FT.

Mas os líderes europeus, encabeçados pela chanceler alemã, Angela Merkel, têm sido reticentes em negociar com Atenas antes da consulta pública de domingo. Para eles, o "sim" tem chances de vencer, derrubando o Syriza do poder.

Assim, o índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria na zona do euro ficou em segundo plano. De qualquer forma, o dado mostrou uma melhora na atividade em todos os 19 países da região da moeda única - exceto a Grécia. A leitura final de junho foi de 52,5, em linha com as estimativas e ficou um pouco acima do dado de maio.

Já na China, a leitura mais fraca do PMI industrial do mês passado, seja no dado oficial, seja no cálculo do HSBC, contribuiu para mais um dia de outro movimento intenso na Bolsa de Xangai, que caiu em quatro dos últimos cinco pregões. A queda de 5,2% do índice Xangai Composto hoje foi novamente impactada pelo desmonte de posições, que ocorre há sete dias consecutivos.

O índice PMI oficial da indústria chinesa ficou em 50,2 em junho. O dado compilado pelo HSBC ficou em 49,4. Em ambos os casos, a expectativa era de alta maior, de 50,4 e 49,6, respectivamente. Nos demais mercados da Ásia, as bolsas subiram, com o avanço de 1,6% na Malásia conduzindo os ganhos na região, após a Fitch elevar a perspectiva do país para estável, de negativa.

Mas a agenda econômica desta quarta-feira ainda está carregada, o que deve garantir uma dose de extra de volatilidade, com o foco dos negócios, aos poucos, saindo da Grécia e sendo deslocado para os Estados Unidos. Afinal, hoje é véspera de divulgação do relatório oficial o mercado de trabalho norte-americano, o chamado payroll.

A pesquisa ADP, tida como um termômetro para o documento que sai apenas amanhã, traz hoje, às 9h15, a geração de emprego no setor privado em junho. Para ambos os documentos, a expectativa é de criação ao ritmo de 200 mil vagas.

A agenda norte-americana reserva ainda a divulgação dos índices PMI e ISM da indústria no mês passado, às 10h45 e às 11 horas. Neste mesmo horário, saem também os gastos com construção em maio.

No Brasil, também será conhecido o PMI industrial, calculado pela Markit, às 10 horas. Mas a quarta-feira começa com o resultado do mês passado do IPC-S da FGV, que deve mostrar aceleração para 0,78% (na mediana das expectativas) ante a alta de 0,72% apurada em maio. Às 12h30, o Banco Central entra em cena para anunciar os números de junho do fluxo cambial e também do índice de commodities IC-Br.

O calendário doméstico ainda prevê a divulgação, às 15 horas, dos números fechados da balança comercial no último mês do primeiro semestre deste ano e as estimativas giram em torno de um superávit de US$ 4 bilhões. Também devem ser conhecidos hoje os indicadores industriais da CNI em maio e os dados da Fenabrave em junho.

No front político, a presidente Dilma Rousseff segue em viagem nos Estados Unidos, mas cumpre agenda oficial em São Francisco, na Califórnia. Ela recebeu mais um revés do Congresso, na noite de ontem, após o Senado aprovar reajuste médio de quase 60% aos servidores do Judiciário. A proposta, com impacto previsto de R$ 25 bilhões ao longo de quatro anos, deve ser vetada.

Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participa de uma cerimônia de premiação das melhores empresas brasileiras, em São Paulo. A expectativa é de que ele fale no encerramento do evento e a dúvida é se o comandante da autoridade monetária manterá o tom duro (“hawkish”) sobre a inflação. Declarações mais suaves (“dovish”) feitas recentemente por um dos diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) promoveram um fechamento dos prêmios na curva de juros futuros.

Na renda variável, a Bovespa encerrou junho de lado, com +0,6% de valorização, mas subiu 3,8% no segundo trimestre. Mas o dólar foi a aplicação mais rentável até aqui, avançando pouco mais de 17% na primeira metade de 2015.

 
 
 
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