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Virando a folhinha...


Junho começa com uma rodada intensa de dados de atividade ao redor do mundo e a primeira semana do mês reserva ainda decisões de política monetária no Brasil e na zona do euro, ambas na quarta-feira, além do relatório oficial sobre o emprego (payroll) nos Estados Unidos, na sexta-feira. No meio desses dois dias, o feriado de Corpus Christi na quinta-feira fecha alguns mercados - inclusive o doméstico.

Já o noticiário político em Brasília dá uma trégua até a semana que vem, quando a Câmara dos Deputados põe na pauta de votação, a partir do dia 10, o projeto de lei que revê a desoneração da folha de pagamentos. E a perspectiva é de que o ajuste fiscal continue avançando no Congresso Nacional...

A segunda-feira, então, amanhece com leituras mistas do índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria na China e avanço menor que o esperado da manufatura na zona do euro, ambos em maio. Enquanto o dado oficial chinês apontou para um aumento a 50,2, de 50,1 em abril, uma leitura separada, feita pelo HSBC, mostrou avanço a 49,2, de 48,9.

No caso, o cálculo feito pela federação de logística do governo da China, a CFLP, ficou levemente abaixo do estimado, em 50,3, ao passo que o número calculado pelo banco britânico seguiu em território que aponta contração da atividade pelo terceiro mês seguido. Na região da moeda única, o índice PMI da Markit para todos os 19 países subiu a 52,2 no mês passado, de 52 no mês anterior, mas ficou abaixo do dado preliminar, a 52,3.

Em reação, a Bolsa de Xangai registrou a maior alta desde janeiro, de 4,7%, estendendo os ganhos apenas neste ano para 49%. O movimento se deu diante das renovadas apostas de estímulos e especulações de que Pequim irá tomar medidas para combater a dívida dos governos locais. A Bolsa de Hong Kong subiu 0,6%, enquanto Tóquio apenas manteve o viés positivo, com +0,03%.

Na Europa, as principais bolsas reduziram os ganhos ensaiados desde cedo após certa decepção com o PMI da zona do euro, mas mantêm a tentativa de firmar a primeira alta em três dias, após as fortes perdas da semana passada. O Dax alemão, porém, titubeia, após o índice da indústria do país cair mais que o inicialmente estimado, a 51,1, de 52,1. O PMI francês, por sua vez, seguiu abaixo de 50.

Fora da região da moeda única, a Bolsa de Londres também estava no vermelho, diante da expansão menor que a prevista da indústria britânica em maio, em meio a um ritmo nem tão robusto quanto se esperava no mês anterior. Nos números, o índice PMI do Reino Unido foi a 52, menos que a previsão de avanço a 52,5 e ante um dado revisado a 51,8 em abril, de uma leitura original em 51,9.

Entre as moedas, o euro recua ante o dólar e a libra esterlina é negociada em baixa ante a moeda norte-americana pelo sétimo dia - na maior sequência de perdas em relação ao rival desde outubro. Nas divisas emergentes, o rublo russo cai ante o dólar. A lira turca e o rand sul-africano também estão mais fracos, ao passo que a rupia indiana aguarda mais um corte de juros pelo Banco Central local (RBI), amanhã.

Enquanto o dólar se fortalece, as commodities perdem vigor. O PMI chinês também contribui na queda dos preços do barril de petróleo nesta manhã, em meio à perspectiva de demanda mais frágil.

Ainda falando em fraqueza, junho é conhecido em Wall Street como o mês mais fraco do ano, em termos de negócios, antecedendo o início das férias de verão (no Hemisfério Norte). Nos últimos 10 anos, pelos menos, foi assim.

E o cenário que se desenha para este último mês do primeiro semestre, fechando ainda o segundo trimestre, não parece muito propenso ao risco. Ciente da perspectiva de aperto dos juros nos EUA na volta das férias, a partir de setembro, os índices futuros das bolsas de Nova York andam de lado, sem rumo definido, como se “touros” e “ursos” ainda brigassem pelo controle do mercado acionário em uma semana crucial de dados econômicos.

Na agenda norte-americana do dia, às 9h30 saem a renda pessoal e os gastos com consumo em abril. Às 10h45, é a vez da leitura final de maio do índice PMI da Markit sobre a indústria nos EUA. Em seguida, às 11 horas, têm ainda os gastos com construção em abril e o índice ISM da indústria no mês passado.

No Brasil, o dia tem as tradicionais divulgações, com a Pesquisa Focus do Banco Central, às 8h30, e os números fechados de maio da balança comercial, às 15 horas. Antes, às 8 horas, sai o IPC-S da FGV do mês passado. Nas projeções, mediana de 0,71% na taxa dos preços ao consumidor e superávit comercial de US$ 2,450 bilhões.

Entre os eventos de relevo, ocorre a também tradicional reunião de coordenação política, às 9 horas, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Já o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está em Washington, onde participa de uma série de compromissos. No fim do dia, Levy concede uma entrevista coletiva à imprensa, na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Falando nele, é bom lembrar, a Grécia tem de fazer quatro pagamentos no total de quase 1,6 bilhão de euros ao FMI neste mês. E o primeiro pagamento deve ser feito até a próxima sexta-feira.

O país mediterrâneo e seus credores continuam lutando para chegar a um acordo sobre o socorro financeiro, mas ambos os lados seguiram culpando uns aos outros no fim de semana pela falta de progresso necessária para desbloquear mais dinheiro. Mas hoje, a Bolsa de Atenas está fechada, por causa de um feriado.

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