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Reta final do mês mantém Grécia em foco


A semana que encerra o mês e termina com um feriado, em vários países do mundo no 1º de Maio, começa com a Grécia ainda pesando nos negócios.

A proximidade do prazo de Atenas para pagamento de funcionários e pensionistas, nesta semana, bem como do vencimento da parcela do empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no dia 6 do mês que vem, traz nervosismo às praças financeiras europeias, uma vez que ainda não há progresso nas negociações. As perdas são mais acentuadas na Espanha, Itália e Portugal.

As novas tratativas na semana passada entre o país mediterrâneo e os líderes da zona do euro novamente não chegaram a um consenso, e alguns ministros de Finanças do bloco mostraram-se alarmados pelo fato de não se considerar um “plano B” para mitigar as consequências, caso haja uma falha entre as partes quanto a um acordo de ajuda financeira.

O próximo encontro do Eurogrupo está marcado para o dia 11 de maio, em Bruxelas, mas está prevista uma teleconferência para hoje e um encontro entre técnicos no assunto, na quarta-feira. Por sua vez, a Grécia estaria considerando, entre as alternativas, usar as reservas locais para pagamentos superior a 1,5 bilhão de euro, em um movimento que pode afetar a liquidez dos bancos.

A safra de balanços também dá o tom dos negócios na Europa. O destaque é o Deutsche Bank, cujas ações recuavam quase 3%, mais cedo, após o banco alemão piorar as previsões para o guidance, reduzindo a meta de lucro para o próximo ano e fixando um alvo mais baixo para o médio prazo.

O noticiário corporativo também agitou os negócios na Ásia. Do outro lado do mundo, porém, o sinal positivo prevaleceu, com o rali ainda sendo alimentado por apostas de mais estímulos na China. A exceção ficou com a Bolsa de Tóquio, que caiu ligeiro 0,19%, ainda antes da decisão da Fitch nesta manhã, de rebaixar o rating do Japão, de A+ para A, com perspectiva estável. O dólar vai além de 119 ienes.

Já a Bolsa de Xangai saltou 3,03%, no maior nível desde fevereiro de 2008, e a de Hong Kong subiu 1,33%, em meio às especulações de fusão entre as duas maiores petrolíferas estatais chinesas - PetroChina e a Sinopec (China Petroleum & Chemical Corp). Segundo reportagem do Economic Information Daily, a China deve reduzir o número de empresas estatais administradas por Pequim para 40, dos atuais 112, através de fusões e reestruturações.

Agenda. Em meio à esse tom misto no exterior, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água nesta manhã. Por lá, as atenções estão concentradas na agenda econômica da semana, com destaque para o fim da reunião de política monetária de dois dias do Federal Reserve, na quarta-feira.

O encontro pode ser crucial para responder à pergunta que paira nos mercados financeiros: vender ou não vender? Horas antes do anúncio da decisão do Banco Central dos Estados Unidos, sai a primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no trimestre passado.

Aliás, a quarta-feira promete ser agitada, pois, além de decisão do Fed e PIB dos EUA, internamente, o Comitê de Política Monetária (Copom) decide, na noite do mesmo dia, sobre a atualização da taxa básica de juros.

No mercado de juros futuros, os players têm mantido a aposta de aperto de 0,50 ponto porcentual na Selic neste mês, para 13,25%, diante da postura firme do BC brasileiro, que não tem se mostrado complacente e segue batendo na tecla de que vem trabalhando para a convergência da inflação ao centro da meta, de 4,5%, em 2016.

Além do Copom, a agenda doméstica traz ainda os dados sobre as contas públicas do governo em março, com os números apurados pelo BC sendo anunciados na quinta-feira. Ainda não há data prevista para a divulgação do resultado primário do governo central pelo Tesouro Nacional. Amanhã, será conhecida a taxa de desemprego no país em março e, na quarta-feira, tem o IGP-M de abril.

Hoje, o dia reserva as sondagens do consumidor e da construção civil em abril, às 8 horas. No mesmo horário, sai o INCC-M do mês. Às 8h30, é a vez da Pesquisa Focus. À tarde, tem o relatório da dívida pública federal em março (14h30), seguido pelos dados semanais da balança comercial (15h30). Já nos EUA, às 11h30, sai o índice de atividade do Fed de Dallas, mas o destaque é o balanço da Apple, após o fechamento.

No âmbito político, a presidente Dilma Rousseff visita as áreas atingidas por um tornado em Santa Catarina, pela manhã, mas retorna para Brasília, à tarde, onde conduz uma reunião de coordenação política, às 17 horas. No sábado, ela esteve reunida com ministros e dirigentes de bancos públicos, por cerca de nove horas, para definir um plano de investimentos em infraestrutura. O encontro, porém, terminou sem anúncio de medidas.

Já no Congresso, senadores começaram a articular a criação de uma frente suprapartidária com o objetivo de “barrar” pautas patrocinadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que eventualmente cheguem à Casa. A principal intenção é respaldar a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de “desacelerar” a tramitação do projeto que regulamenta a terceirização no país.

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